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Juazeiro: Em 12 anos, a cidade foi melhor para o agronegócio do que para os pobres

Foi publicado pela revista Exame que Juazeiro é a primeira colocada no setor de agropecuária do ranking 2020 das 100 melhores cidades para fazer negócio da Urban System, Juazeiro, na Bahia, descobriu há quatro décadas sua vocação para o agronegócio e se transformou em um bem-sucedido polo de fruticultura.

O crescimento da produtividade, o aumento das exportações e a média salarial dos trabalhadores, entre outros cinco indicadores analisados pela Urban System, colocaram Juazeiro no topo dos municípios mais atraentes para investimentos no agronegócio.

Juazeiro estar no ranking da agropecuária é motivo para comemorar? Talvez não,  porque a realidade socioeconômica da população contradiz o ranking, fruto dos 12 anos de governos do PT e do PCdoB.

O Jornal Nacional no mês de setembro divulgou pesquisa de orçamentos familiares realizada pelo IBGE, que analisou dados entre 2017 e 2018. No Brasil, existem mais de 10 milhões de pessoas que passam não só pela incerteza do vão comer no dia seguinte, mas também não sabem como vai estar o prato das crianças.

A pesquisa do IBGE colocou Juazeiro no Mapa da Fome no Brasil.  O levantamento foi feito depois de dois anos de queda no Produto Interno Bruto, mas os especialistas dizem que o problema da fome vai além da economia. “O conjunto de políticas que configuram o que a gente chama de rede de proteção social, que foram fundamentais para os resultados positivos que o Brasil vinha alcançando, também foram precarizados. Ou por redução drástica de orçamento ou por fragilização das instituições e das equipes que faziam o andamento da implementação desses programas. Então, em cinco anos, nós regredimos 15”, destaca Elisabetta Recine.

Em Juazeiro, depois de 12 anos de uma única gestão, a cidade não somente retrocedeu em desenvolvimento econômico, mas principalmente no desenvolvimento social e aumentou a concentração de renda nas mãos de uma minoria.

Como é o caso de Dona Gonçala, de 66 anos, moradora da periferia de Juazeiro – na maioria deles, enfrentando a fome: “Dá uma dor por dentro. Aquela dor na cabeça, aquela vontade de chorar, aquela vontade de ribar no mundo”.

No ranking dos municípios baianos, Juazeiro ocupa a 14ª posição no ranking dos maiores PIB – Produto Interno Bruto. O município fica atrás das cidades de Luís Eduardo Magalhães (8ª) de Itabuna (9ª) e Ilhéus (11ª).

Mais uma prova de que a desigualdade evidente, contradiz com o lucro e ascensão  do agronegócio no município.

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