“Fiquei sentada ali uns cinco minutos. Chorei, mas tive que levantar, lavar o rosto e continuar o atendimento, porque lá ainda estavam os outros 10 pacientes que precisavam da gente”, afirmou, em entrevista ao portal UOL Notícias.
Polyena contou que o paciente foi atendido no chão, pois todos os leitos e as macas da unidade de saúde estavam ocupados, devido ao agravamento da pandemia da Covid-19. Sem sucesso, a equipe médica ficou 25 minutos tentando reanimar o idoso.
“O paciente entrou na sala carregado nos braços de um terceiro, que a gente não sabe se era um familiar ou um vizinho, porque deixou o homem lá e saiu. Ele estava em parada respiratória. Neste momento, toda a equipe foi ao chão para tentar reanimá-lo”, relatou a técnica.
A profissional de saúde disse também que, em oito anos de profissão, jamais passou por situação semelhante. Ela contou que, após o atendimento, ficou pensando se fosse a mãe, o marido ou um dos filhos dela no lugar da vítima.
“Esse foi um atendimento que nos deixou exaustos, porque foi cansativo. A posição no chão era muito ruim, desconfortável. Cheguei a comentar com a equipe que meu braço estava tremendo, mas me mantive firme até o fim, porque esse é o meu trabalho”, disse.
“Mas o que nos deixou cansados mesmo foi o psicológico, que ficou muito abalado depois daquela cena. Era muita decepção, mas a gente fez o que podia”, assinalou Polyena Silveira.