BAHIA

Com representações em 23 dioceses baianas, católicos lançam frente para disputar eleições em 2022

Lançamento da Frente Católica da Bahia

No último sábado (09), às 10 horas, na Paróquia de Sant’Ana do Rio Vermelho, em Salvador (BA), ocorreu uma missa seguida de duas palestras para o lançamento público da Frente Católica da Bahia. O primeiro a discursar foi o professor e catequista Iago de Carvalho, da Arquidiocese de Feira de Santana, abordando sobre três momentos históricos de protagonismo do povo baiano em defesa de seus direitos e liberdades: a Independência do Brasil na Bahia com a feirense Maria Quitéria; Canudos no Sertão Baiano, em finais do século XIX, liderado por Antônio Conselheiro; e a Reação Sertaneja, no início do século XX, sob o comando de Ruy Barbosa e Horácio de Mattos, este sendo chefe da Chapada Diamantina. Concluindo o evento, Luís Tourinho, bacharel em Economia e mestrando em Educação, discursou acerca da marginalização sofrida pela Igreja Católica na Bahia e no Brasil nos últimos tempos, de forma especial nas escolas, universidades e política. Em razão disso, com a conscientização dos jovens católicos, inclusive baianos, e atendendo ao chamado do Papa Francisco por uma Igreja que “vai além de seus muros” e que atue na política como “uma forma mais alta, maior, de caridade”, foram anunciadas as pré-candidaturas de Iago de Carvalho e de Luís Tourinho, a deputado estadual e a deputado federal respectivamente, a fim de representar e defender os direitos da Igreja e dos católicos.

O evento contou com a presença de católicos de diversas áreas, como o Padre Ângelo Magno, pároco da Igreja de Sant’Ana do Rio Vermelho, presidente da celebração; Padre Cleiton Alencar, pároco da Igreja São Paulo Missionário; Padre Edson Baraúna, capelão da Igreja Jesus, Maria e José, e decano da Arquidiocese; Diácono Pedro Serra, secretário da Escola Diaconal da Arquidiocese de Salvador; Aurélio Schommer, servidor da Receita Federal e ex-membro do Conselho Estadual de Cultura; o advogado e membro do Conselho Econômico e Fiscal da Devoção do Senhor do Bonfim Daniel Marback; Márcio Pedreira de Cerqueira, Diretor Financeiro da Ordem Terceira de São Francisco.

A iniciativa surgiu de um grupo de amigos católicos no meio universitário soteropolitano, tendo como preocupação maior a educação; porém logo perceberam que a influência do Estado na área educacional é tão imensa que chega a ser nociva e hostil ao cristianismo. Tendo isso em vista, o grupo decidiu ingressar também no campo político, adotando integralmente os princípios e valores da Doutrina Social da Igreja (DSI). Desde o início de 2020, católicos das vinte e três dioceses das mais variadas idades, carismas, classes sociais e vocações vêm aderindo à proposta, construindo pontes e consolidando assim um movimento, havendo como centro a fé católica.

Ao final, Luís Tourinho anunciou que a Frente elaborará, ao longo dos próximos meses, um documento contendo as pautas e demandas dos católicos que será publicado no primeiro semestre do ano que vem, tendo em mente as eleições gerais. A Frente convoca todos os católicos a tomar parte do ressurgimento do catolicismo na esfera pública da Bahia, dando o testemunho da sua fé neste momento decisivo e crítico da história do nosso país.

FRASES MENCIONADAS POR LUÍS TOURINHO DURANTE A PALESTRA

Iniciou com a frase Cor ad cor loquitur (“o coração fala ao coração”), do Cardeal inglês Henry Newman, discorrendo sobre como a iniciativa surgiu anos atrás até o momento presente.

Citou a frase do poeta britânico T.S. Eliot “Foi a humanidade que abandonou a Igreja ou foi a Igreja que abandonou a humanidade?”, a fim de mostrar que se antigamente ocorria o primeiro, nos últimos tempos os católicos abandonaram a humanidade por terem vergonha de sua identidade, vergonha de Cristo. E é isso que devemos mudar.

Durante a fala mencionou Santo Agostinho, como uma das frases que norteiam a Frente: “No essencial, unidade; na dúvida, liberdade; em tudo, caridade. ”