Todas as testemunhas que participaram da reconstituição simulada do assassinato da menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, reconheceram Marcelo da Silva, de 40 anos, como autor do crime. A informação foi confirmada pelo advogado dos pais de Beatriz, Jaime Badeca, durante os trabalhos realizados pelos peritos da Polícia Civil de Pernambuco, nesta sexta-feira (11) em Petrolina, no Sertão.
O crime aconteceu em dezembro de 2015, quando Beatriz foi morta a facadas, durante uma festa de formatura no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora. Se estivesse viva, Beatriz completaria 14 anos nesta sexta-feira.
A defesa de Marcelo, que está preso como suspeito do crime na Penitenciária Doutor Edvaldo Gomes em Petrolina, expressou descontentamento com o reconhecimento e alegou que irá solicitar impugnação.
“Veja, vamos pedir sim, vamos impugnar, iremos judicializar o ato, porque uma situação de extrema estranheza aconteceu. Todo mundo sabe que há mais de um mês vem ventilando em todos os veículos de imprensa, bem como de redes sociais, a foto do Marcelo trajando uma camiseta amarela. Curiosamente Marcelo me aparece na hora do reconhecimento com uma camiseta amarela. Isso é tendencioso, pelo amor de Deus, já basta a imagem dele vinculada. Não me estranhará se todas as testemunhas que vieram aqui, não tive acesso ainda à conclusão, reconhecerem. Evidentemente que irão reconhecer. Além da imagem do Marcelo estar circulando em todos os locais, acham pouco e colocam uma camiseta amarela? Vamos judicializar e certamente essa perícia será invalidada”, destacou o advogado de Marcelo da Silva, Rafael Nunes.
Marcelo da Silva, se tornou o principal suspeito do assassinato de Beatriz em janeiro de 2022, seis anos após a morte da menina. Ele foi apontado como autor do crime pela polícia, após exames de DNA, colhidos na faca, comprovarem a participação dele no crime. Marcelo chegou a confessar, mas voltou atrás e se diz inocente.
Durante toda a manhã, foi grande a movimentação de testemunhas na delegacia. Marcelo saiu do local por volta das 12h, sendo levado para o presídio de Petrolina. A reconstituição simulada segue até o sábado (12).
Entenda o caso
Também aconteceu 15 dias depois que os pais da garota percorreram mais de 700 quilômetros a pé, entre Petrolina e o Recife, para pedir justiça.
A peça-chave para o esclarecimento do caso foi a faca usada no crime. Os peritos coletaram o DNA no cabo da arma, deixada no local do homicídio. As amostras estavam misturadas ao sangue de Beatriz.
O DNA de Marcelo da Silva já estava no banco genético do estado desde 2019, quando foi feito um mapeamento de criminosos condenados.
Por g1 Petrolina