Especialista em Segurança Pública, o advogado criminalista Dinoermeson Nascimento condenou, nesta quarta-feira (19), a fala do ex-ministro Geddel Vieira Lima de que o avanço da violência ocorre, segundo ele, diante da venda de armas e munições por parte dos Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs) ao crime organizado.
Geddel, que hoje é articulador da campanha de Jerônimo Rodrigues (PT) na disputa pelo governo do Estado , afirmou que o aumento da criminalidade acontece, principalmente, pela liberação de armas no governo Bolsonaro.
“Muito preocupante tal afirmativa. Mostra realmente que ele não tem entendimento algum. Se ele não sabe, existe um procedimento muito rigoroso por parte da Polícia Federal para conceder tais certificados aos CACs”, declarou o advogado.
“Caso ele [Geddel] não saiba e as pessoas que o ouviram também não saibam, importante frisar, que todo armamento quando ele é adquirido há um registro, uma numeração, e essa numeração será colocada no porte, no documento de posse do atirador”, explicou.
“Ele [Geddel] afirma que essas pessoas compram armas e vendem para o tráfico. Um verdadeiro absurdo e uma falta de respeito com os CACs”.
“Se existe uma numeração, se existe um registro, se existe uma fiscalização muito forte por parte da PF, onde está o registro na polícia das armas que foram apreendidas?”, questionou Dinoermeson.
Para Dinoermeson, que também é vice-presidente da Comissão de Direito Militar da OAB-BA, “existe uma posição eleitoreira por parte do ex-ministro para transferir a responsabilidade do aumento da violência”.
“A Segurança Pública em nosso estado está um caos no presente momento. Então eu vejo com muita resistência tais afirmações. Ele está mais uma vez tentando trazer informações e fake news para a população com a finalidade de conseguir votos”, bradou.
Na oportunidade, o advogado desafiou Geddel “a trazer informações plausíveis no que diz respeito às apreensões nas mãos de traficantes de armas que foram adquiridas pelos CACs, como ele acusa”.
“Eu tenho certeza que ele não tem notícia alguma de nenhum tipo de armamento nessas condições”, continuou.