O canabidiol, medicamento derivado da Cannabis, a planta da maconha, tem chances de ser aprovado para uso e distribuição para fins medicinais de forma gratuita na capital baiana. É o que diz o Projeto de Lei 172/2021 proposto pelo vereador André Fraga (PV), cujo intuito é promover o acesso ao medicamento em unidades de saúde pública municipais e privadas, conveniadas ao SUS. Se aprovado, o projeto deve beneficiar mais de 2 mil pessoas.
“A ideia do Projeto de Lei é criar uma Política Municipal de uso da Cannabis medicinal. No Brasil hoje, caso você seja diagnosticado com alguma doença que possa ser tratado com a Cannabis medicinal em algum nível e o seu médico receitar, você precisa solicitar e comprar, no caso de alguns que já foram autorizados, ou solicitar na Anvisa. Hoje em dia, é muito burocrático mas, principalmente, caro”, explica André Fraga.
Rita de Cássia é uma das pacientes que, sofrendo com dores no nervo ciático, deu início ao uso da medicação em julho de 2020. “Eu vinha em um processo de dor crônica e hoje eu estou muito bem, a eficácia é totalmente comprovada”, conta a bióloga. “Estou utilizando o canabidiol puro. Eu já usei todos os fármacos possíveis e estou bem com o canabidiol. Melhorou tudo, num sentido global, porque até o sono eu adquiri novamente e uma qualidade de vida”.
Antes de ter acesso à Cannabis, Rita fazia uso de uma série de medicamentos injetáveis que incluíam de antiinflamatórios a corticóides. “Os efeitos colaterais são tão severos que desenvolvi uma gastrite medicamentosa. A medicação acabou com meu estômago e o corticóide me causava picos de hipertensão, aí eu fiquei deseperada”, relata.
A partir daí, a bióloga procurou outras alternativas, tomando contato com o tratamento com canabidiol através da Associação para pesquisa e desenvolvimento da Cannabis Medicinal no Brasil CANNAB, organização sem fins lucrativos que busca na justiça autorização para o plantio e produção do componente para fins medicinais e científicos.