A capa da biografia de Francisco de Assis, conhecido nacionalmente como Maníaco do Parque, foi divulgada nesta sexta-feira (5). A obra será lançada em setembro na Bienal do Livro em São Paulo. De autiria do jornalista Ullisses Campbell, o livro traz revelações sobre o assassino em série, entre elas, que Francisco é homossexual e possui um desejo latente de ser mulher.
Ullisses teve acesso aos laudos de Francisco de Assis. As respostas do assassino em série ao teste revelam um desejo latente em ser mulher, além da identificação com mulheres de cabelos cacheados, baixa estatura e delicadeza, um perfil muito parecido com o da maioria das suas vítimas.
Para escrever a obra, o autor reuniu dados do chamado Teste de Rorschach. Esse teste é normalmente aplicado em detentos com esse perfil. O objetivo é investigar aspectos da personalidade como falsidade, inveja, ódio, agressividade, impulsividade, insensibilidade, imaturidade afetiva, frustração, traumas, fantasias, fetiches e desejos sexuais.
Campbell explica que dessa maneira o teste se provou eficaz em acessar conteúdos significativos da mente de Francisco de Assis. A descoberta desses desejos mostra uma vontade de transformação e uma baixa identificação com o sexo oposto.
O que dizem os psicólogos – O livro também aborda que Francisco revelou esse desejo a amigos, como patinadores do Parque do Ibirapuera. Segundo psicólogos forenses, ele não soube lidar com os próprios desejos e acabou cometendo os crimes, matando mulheres que se pareciam com a mulher que ele gostaria de ser.
A biografia também aborda o passado do assassino. Assis foi abusado sexualmente por um tio durante a infância. Nessa época, sua homossexualidade passou a ser evidenciada e se prolonga até hoje. Na cadeia, Francisco se relacionou com outro preso. Mesmo tendo estuprado diversas vítimas, até após a morte delas, o livro mostra a dificuldade de Francisco em manter relações sexuais, o que é explicado pelo seu perfil psíquico.
Relembre o caso – Considerado um dos maiores assassinos em série do Brasil, Francisco estuprou e matou, ao menos, onze mulheres, na década de 1990. Ele também tentou assassinar outras nove. Os crimes aconteciam no Parque do Estado, na zona sul de São Paulo. Por esse motivo, ele ficou conhecido como o Maníaco do Parque.
Francisco foi preso em 1998 e condenado a 268 anos de pena. Devid