JUAZEIRO

Eleições 2024: Andrei da Caixa é inocente ou conveniente?

Há um provérbio que diz: diga-me com quem andas e te direis quem és. Pensei nesse provérbio ao saber que o candidato Andrei da Caixa possui uma estreita relação política com Geddel Vieira Lima. Ambos são do MDB. Geddel tem atuado como apoiador e articulador, junto com o Governador baiano Jerônimo (PT) para promover Andrei da Caixa como candidato à Prefeitura de Juazeiro. Seu apoio ocorreu no contexto de divergências políticas, já sabido pela população de Juazeiro, pressionando para que o PT apoiasse Andrei da Caixa, ao invés de Isaac Carvalho, que enfrentava resistência por questões jurídicas.

Mas, vocês se lembram quem é Geddel? Vamos refrescar a sua memória, nobre leitor. Geddel, é aquele mesmo do Caso do Bunker de R$ 51 Milhões. Isso mesmo. O nome de Geddel Vieira Lima, ex-deputado federal e ex-ministro, está inevitavelmente ligado a um dos maiores escândalos de corrupção da história recente do Brasil: o caso do “bunker” de R$ 51 milhões. Em 2017, durante investigações relacionadas à Lava Jato, a Polícia Federal descobriu um apartamento em Salvador onde o dinheiro vivo estava escondido em muitas malas, configurando uma das maiores apreensões de valores não declarados no país. O montante foi atribuído a Geddel e seu irmão, Lúcio Vieira Lima, o que levou à condenação de ambos.

Geddel foi condenado a 14 anos e 10 meses de prisão por crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa. Em 2020, devido a questões de saúde e à pandemia de Covid-19, Geddel obteve progressão para o regime de prisão domiciliar. Apesar disso, sua pena foi recentemente reavaliada e reduzida para 13 anos e 4 meses. E a história não acaba apor ai não. Embora esteja afastado dos cargos eletivos e enfrentando o desgaste político de seu envolvimento no escândalo, Geddel continua exercendo influência nos bastidores da política baiana. Ele tem participado de reuniões com o atual governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), para discutir as estratégias eleitorais visando as eleições municipais de 2024, tanto em Salvador, capital da Bahia, como em municípios estratégicos, a exemplo de Juazeiro. Nesses encontros, estiveram presentes também líderes de outros partidos da base aliada, como Lídice da Mata (PSB) e Éden Valadares (PT), sinalizando que Geddel ainda tem um papel ativo no jogo político regional.

O MDB, partido de Geddel, que tem como representante o vice-governador baiano Geraldo Júnior (MDB), é uma peça importante no arco de alianças que o governador Jerônimo tenta construir para consolidar seu grupo político. Mas, qual a relação de Andrei da Caixa diante tudo isso? Ele é inocente ou conveniente?

Na política sempre há conveniência e, apesar do desgaste moral e da condenação judicial, Geddel permanece uma figura relevante, mostrando que a política baiana ainda tem espaço para aqueles que, mesmo afastados da linha de frente, conseguem manter articulações de poder. Tenham certeza – Andrei da Caixa não tem nada de inocente nessa história.

Mas, essa sede de poder não é somente de Geddel não. Prestem bem atenção nas figuras como Paulo Bonfim (PT) e os deputados Zó (PcdoB) e Roberto Carlos (PV). Essa turminha mansa política tem um histórico de atuação que remete a uma gestão que não atendeu às expectativas da população (quem é Paulo Bonfim no Jogo do Bicho minha gente?). A conveniência de Andrei da Caixa só reforça a ideia de que a volta dessas figuras representa um retrocesso, o que é amplamente rejeitado por segmentos da sociedade juazeirense.

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