JUAZEIRO

Juazeiro: Falta um engenheiro de tráfego ou de mobilidade na AMTT?

A obra do Complexo Viário da Travessia Urbana promete modernizar a mobilidade urbana de Juazeiro, mas a cidade enfrenta um desafio de mobilidade que escancara uma lacuna na gestão municipal: a ausência de um engenheiro de tráfego dedicado à gerência do sistema viário local.

O gerenciamento das intensas alterações de rota, desvios e interdições não está nas mãos de um especialista da prefeitura, mas nas mãos de profissionais que não tem a dimensão da complexidade histórica do trânsito de Juazeiro, agravada com a obra da Travessia Urbana.

A responsabilidade primária pela execução da Travessia Urbana, orçada em mais de R$ 180 milhões, é do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). São os engenheiros do DNIT que apresentam os estudos de tráfego, definem as fases de interdição (como a recente demolição da “banca” central) e impõem as restrições rigorosas, especialmente para caminhões pesados.

“A obra é federal, mas o impacto é 100% municipal. É o DNIT quem está desenhando o trânsito da cidade durante essa fase crítica, enquanto a prefeitura atua com seus agentes da AMTT (Autarquia Municipal de Trânsito e Transportes) na orientação pontual”, explica um empresário local afetado pelos desvios, que preferiu não se identificar.

A atual gestão pode inovar

Apesar da Autarquia Municipal de Trânsito contar com diversas gerências e diretorias, o que se questiona é a falta de um profissional com a expertise intervir e planejar a mobilidade urbana.

Em uma cidade em pleno crescimento, que lida diariamente com o fluxo da Ponte Presidente Dutra e o intenso comércio do Vale do São Francisco, a ausência de um planejamento de tráfego municipal robusto e especializado faz com que as medidas adotadas sejam majoritariamente reativas e emergenciais, ditadas pelo avanço da obra federal, e não por uma visão integrada de mobilidade urbana.

O resultado é um cenário de adaptações constantes, com motoristas e pedestres enfrentando interdições, mudanças de sentido e um aumento na complexidade de locomoção. A expectativa é que, com a conclusão do Complexo Viário, a cidade ganhe um novo patamar de fluidez.

Com o fim da obra, será que para além da qualidade viária e melhorias na política de mobilidade urbana de Juazeiro, a finalmente investirá em uma equipe de engenharia de tráfego à altura de seus desafios?

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