O Papa Francisco concedeu a sua primeira grande entrevista sobre a crise mundial causada pela pandemia do novo coronavírus ao escritor e jornalista britânico Austen Ivereigh, autor da biografia ‘O Grande Reformador’, assim como de ‘Wounded Sepherd‘ (O Pastor Ferido).
Divulgada pelos meios de comunicação The Tablet e Commonweal, o chefe da Igreja Católica começou por revelar como vive espiritualmente os tempos atuais.
“Rezo mais, porque acredito que devo fazê-lo e penso nas pessoas. É algo que me preocupa: as pessoas. Pensar nas pessoas revitaliza-me, faz-me bem, retira-me o egoísmo. É claro que também eu tenho o meu egoísmo”, começou por dizer o Sumo Pontífice, antes de abordar este período de quarentena.
“Não é fácil ficar trancado em casa. Vem-me à mente um verso da Eneida no meio da derrota: o conselho de não baixar os braços. Reservem-se para tempos melhores, porque nesses tempos recordar isto que aconteceu irá ajudar-nos. Cuidem-se para um futuro que irá chegar. E quando chegar esse futuro, recordar o que se passou irá fazer-nos bem. Cuidar do agora, mas termos o amanhã”, acrescentou o Papa, que apela a que todos tenhamos memória e não esqueçamos das catástrofes anteriores.
“Deus perdoa sempre, nós ocasionalmente, a natureza nunca. As catástrofes parciais não foram abordadas. Hoje, quem fala sobre os incêndios na Austrália? Há um ano e meio, um navio atravessava o Polo Norte porque os glaciares se tinham dissolvido. E agora quem fala sobre inundações? Não sei se é vingança, mas é a resposta da natureza. Temos uma memória seletiva“, rematou o Papa Francisco.
Fonte: Notícias ao Minuto