Policiais militares realizaram uma carreata em protesto contra a morte do policial Wesley Soares Góes na manhã desta quinta-feira (01). O ato saiu das imediações da Escola Estação do Saber, bairro de Piranga, e percorreu diversas ruas de Juazeiro, atravessando a ponte, onde se juntou a outros grupos da vizinha cidade de Petrolina/PE.
O ato de protesto foi marcado por uma carreata pacífica. Cerca de 100 carros participaram do ato, que contou com um carro de som, que a todo instante reproduzia um áudio atribuído a um família do soldado morto. Em alguns trechos do áudio, é dito que o policial deixou de ser morrer nas mãos dos bandidos, para ser morto por aqueles que ele chamava de “irmão”.
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) determinou, na terça-feira (30), a abertura de um inquérito para apurar a ação do Batalhão de Operações Especiais da Bahia (Bope), que resultou na morte do soldado Wesley Soares, no último domingo (28), no Farol da Barra.
O MP-BA ainda determinou que os promotores devem adotar providências necessárias para a elucidação do caso. Na segunda-feira (29), tanto o comandante-geral da Polícia Militar, Paulo Coutinho, como o secretário de Segurança Pública da Bahia, Ricardo Mandarino, justificaram os policiais usaram os procedimentos considerados dentro do padrão internacional. Mas, em entrevista ao portal UOL, colegas de Wesley acreditam que a reação do Bope foi precipitada
Relembre o caso
O soldado Weslei era integrante da 72ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), de Itacaré, no sul da Bahia, e chegou à capital baiana na manhã de domingo (28).
O soldado em certo momento chegou a dizer a seguinte frase: “Seus filhos estão presenciando sua covardia, policiais militares do estado da Bahia”.
O policial militar foi baleado durante a negociação com equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), no início da noite.
Ele foi socorrido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado ao Hospital Geral do Estado, mas não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo. O caso repercutiu em todo o país. Políticos dos diversos espectros políticos se manifestaram sobre o acontecimento, que segue sendo investigado pela Polícia. Desde a última segunda-feira, um grupo de policiais e civis estão realizando manifestações em protesto contra a morte do policial, que foi sepultado no município de Itabuna.