Quando a prefeitura de Juazeiro lançou o “Programa Toda Sexta Tem Obra”, no ano de 2014, inaugurava-se o maior carro-chefe da propaganda e do marketing político de Juazeiro, até o nascimento da filha do ex-prefeito foi numa sexta-feira.
Passado o período de ouro das obras públicas, impulsionadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, temos hoje muitas obras paradas, algumas demorarão algum tempo para serem retomadas, causando muitos transtornos à população.
Em quase todos os bairros de Juazeiro tem uma obra parada, uma delas é do acesso aos bairros Pedra do Lord, Kidé; Palmares; Expedito Nascimento e para diversos condomínios. Uma obra orçada em 6 milhões, é isso mesmo 6 milhões. Essa obra tem causado muitos transtornos à população, parece que a prefeitura deliberadamente deixa a população sofrer para chegar com a “solução”, algo muito maquiavélico.
Algumas obras que estão paralisadas, são oriundas de convênios e projetos aprovados pelo município junto ao governo do estado. Mas como pode um município que arrecada tão bem com zona azul, com o aumento abusivo do IPTU, com a taxa de lixo, com ICMS, com FPM, não consegue fazer obras com recursos próprios?
No ano de 2018, a prefeitura teve uma receita de 526 milhões, sendo uma das melhores colocadas no ranking dos municípios baianos. Receita suficiente para o município fazer grandes investimentos com recursos próprios e sair da dependência dos convênios estaduais e federais, mas infelizmente o município está preso numa lógica de disputa eleitoral que consome maior parte das receitas com a folha de pessoal.
Nos anos que antecedem as eleições, os gestores empenham a prefeitura para fazer disputas eleitorais. De 2016 a 2018 aumentou o número de cargos comissionados, graças a uma articulação com empregos na prefeitura de Juazeiro, visando a disputa da eleição para deputado federal, no fim ficamos sem representação. O prejuízo do inchaço da folha reflete na incapacidade da prefeitura em fazer investimento com recursos próprios em obras de infraestrutura e melhorias dos serviços.
Mesmo com uma das melhores receitas da Bahia, o município de Juazeiro tomou em 2018 empréstimos junto ao DESENBAHIA no valor de 15 milhões, isso mesmo 15 milhões. Esse empréstimo era supostamente para fazer investimentos em obras, mas nada aconteceu. Agora a Câmara de Vereadores aprovou mais um empréstimo de 2 milhões, isso mesmo 2 milhões. É dinheiro que não acaba mais. Acabam com a cidade, mas não acabam com essa sede de poder.
Eu sou mais Juazeiro!
Enio Silva da Costa – Educador e subtenente BM