O Canal do Sertão Baiano, uma das obras mais esperadas para o semiárido nordestino, nasceu com a promessa de transformar a realidade de milhares de famílias sertanejas.
Com captação no município de Juazeiro, o projeto original previa beneficiar cerca de 25 mil hectares dentro do território juazeirense, fomentando a agricultura irrigada, gerando emprego, renda e desenvolvimento social.
“O Canal do Sertão é uma compensação a Juazeiro, em função da Transposição das águas do São Francisco e projetava atender mais áreas do Projeto Salitre, entretanto, em uma modificação recente no escopo do projeto, feita por um grupo de trabalho que se reúne em Salvador, deixou de fora três etapas dessa área, reduzindo de forma drástica e injustificável: de 25 mil hectares antes projetados, para apenas 10 mil hectares beneficiado dentro do município.
Mais do que um ajuste técnico, o novo traçado do Canal representa um verdadeiro golpe — um esfaqueamento — nos interesses da população de Juazeiro, que sempre esteve na linha de frente das lutas pelo desenvolvimento hídrico da região.
Ao ser amputada do projeto que ajudou a sonhar e a construir, Juazeiro vê ameaçada sua chance de ampliar a produção agrícola sustentável, fortalecer comunidades rurais e consolidar sua liderança como polo hídrico e produtivo no Vale do São Francisco.
É preciso diálogo, revisão e compromisso com a equidade territorial. Juazeiro não pode ser penalizada em um projeto que nasce em suas águas e deveria desaguar em esperança para todo o sertão.
Maurício Dias – Mauriçola
Poeta e compositor
Fonte de informações: RedeGN