Moradores da região da Jazida 7, zona rural de Juazeiro – BA, denunciam a precarização do atendimento odontológico na Unidade Básica de Saúde local. Usuários que pedem para o nome não ser identificado relatam que a dentista lotada na UBS se ausenta com frequência, chegando a falta uma semana inteira sem atender, sem qualquer reposição de carga horária ou compensação à população.
Segundo relatos, uma denúncia já havia sido formalizada junto à Ouvidoria da Secretaria de Saúde, mas nenhuma providência foi adotada pela gestão municipal. Após a denúncia, a profissional apresentou um atestado médico de 30 dias e, posteriormente, outro de 60 dias de afastamento exclusivo do SUS.
O fato mais grave relatado pela comunidade é que, mesmo estando oficialmente afastada do serviço público, a dentista estaria atendendo normalmente em seu consultório particular.
“Essa situação gerou forte revolta entre os moradores, que agora pedem que o Ministério Público e o Conselho Municipal de saúde apurem o caso, uma vez que o atestado deveria abranger toda e qualquer atividade profissional, e não apenas o serviço público. Se ela está doente para atender o povo na UBS, como é que continua atendendo normalmente no consultório particular? A quem interessa esse silêncio da gestão?”, questiona uma moradora.
Além da falta da dentista, moradores relatam que o “médico, dentista e enfermeiro recebem para trabalhar 40h semanais, mas na prática não cumprem sequer 30h, reduzindo expediente, chegando tarde ou saindo antes do horário”.
Outro ponto citado é o desrespeito no acolhimento, inclusive com relatos de deboche e mau atendimento por parte da assistente da dentista, o que dificulta ainda mais o acesso aos serviços básicos de saúde.
DENÚNCIA GRAVE: De acordo com os moradores, a dor da comunidade ficou ainda mais forte após a morte recente de um jovem morador da Jazida 7, identificado como André, que sofria com dores de dente e não conseguiu atendimento oportuno. Para muitos, esse triste episódio representa uma vida que poderia ter sido salva se o serviço odontológico estivesse funcionando regularmente.
Apelo à gestão pública-
Os moradores enviam um apelo direto ao Prefeito, ao Secretário de Saúde e aos cargos comissionados responsáveis pela zona rural, pedindo:
Audiência pública ou reunião com a comunidade rural para ouvir as demandas;
Transparência na carga horária e presença dos profissionais lotados na zona rural;
Investigação sobre o uso de atestado para afastamento do SUS com manutenção de atendimento particular;
Atuação do Conselho Municipal de Saúde e do Ministério Público para garantir o direito constitucional ao acesso à saúde.
“Não queremos favor. Queremos direito. O direito de não morrer esperando atendimento de uma dor que pode ser sanada”, finaliza email.
Fonte de informações: RedeGN