O ex-presidente Jair Bolsonaro alegou, em audiência de custódia realizada neste domingo (23), em Brasília, que a tentativa de violar a tornozeleira eletrônica foi em razão de um “surto”, que teria sido causado por medicamentos, e negou qualquer tentativa de fuga. Ele está preso preventivamente desde o último sábado (22), após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Depoente [Bolsonaro] afirmou que estava com ‘alucinação’ de que tinha alguma escuta na tornozeleira, tentando então abrir a tampa”, diz a ata da audiência, protocolada pelo ministro Alexandre de Moraes, segundo informações do site g1.
Bolsonaro também teria dito que “não se lembra de ter um surto dessa natureza em outra ocasião”, e falou que o episódio pode ter sido provocado por um medicamento novo. Ele disse que “começou a tomar um dos remédios a cerca de quatro dias antes dos fatos que levaram à sua prisão”, ainda segundo a ata.
A audiência de custódia é um procedimento é obrigatório em prisões ordenadas pelo STF, e serve para que um juiz verifique se a prisão foi realizada dentro da legalidade e se houve respeito aos direitos fundamentais do detido. Ela acabou por volta das 12h40, horário em que advogados deixaram a Superintendência da PF, em Brasília, de acordo com a TV Globo.
Após a audiência, a prisão do ex-presidente foi mantida. Na próxima segunda-feira (24), a Primeira Turma do Supremo vai julgar se mantém a decisão de Moraes ou se revoga a prisão do ex-presidente. Caso os ministros decidam referendar a decisão de Moraes, a prisão preventiva poderá ser mantida por tempo indeterminado – ou seja, enquanto a Justiça entender que ela é necessária. Mas, por lei, prisões preventivas são reavaliadas a cada 90 dias.
A sessão extraordinária será entre 8h e 20h. De acordo com o jornal Extra, integrantes da Corte avaliam que a decretação da prisão preventiva de Jair Bolsonaro está fundamentada em fartos elementos e, por isso, a tendência do colegiado é ratificar a decisão.
Bolsonaro foi preso preventivamente no último sábado (22), por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Uma das motivações apontadas foi a convocação feita por Flávio Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, para que apoiadores fizessem uma vigília nas proximidades da residência. A Polícia Federal pediu a prisão preventiva afirmando que uma aglomeração de apoiadores no local poderia criar um ambiente propício para uma fuga.
Além disso, foi detectada uma violação da tornozeleira eletrônica de Bolsonaro. Ele admitiu que tentou violar o equipamento com um ferro de solda.




