Preterido por movimentos de extrema-direita – que resultaram na perda de mais de 400 mil seguidores nas redes sociais – depois de servir de massa de manobra para a eleição de Jair Bolsonaro, o Movimento Brasil Livre (MBL) faz mea culpa e admite que errou ao “espetacularizar” a política.
“A gente polarizou, e era fácil e gostoso polarizar. Quando começaram a proliferar as camisetas do Bolsonaro e as pessoas diziam “mito, mito”, a ideia de infalibilidade dele, muito foi porque ajudamos a destampar uma caixa de Pandora de um discurso polarizado”, afirma Renan Santos, coordenador do movimento em entrevista a Carolina Linhares e Fábio Zanini, na edição de domingo (28) da Folha de S.Paulo.
Sobre o futuro do MBL, inclusive com o lançamento de um documentário, Renan disse:
“É um MBL que não abdica de seus valores. Não é uma frouxeza no caráter ou nas convicções, mas uma abertura de espírito, uma paz e amor na forma de dialogar com o outro. Nós conversamos e isso vai ser implementado. Não temos pessoas convictas contrárias a isso. Temos pessoas que estão viciadas e presas. Muitas pessoas, incluindo nós, viramos cracudos, craqueiros políticos. Tem que fazer o cara largar da droga do discurso fácil. É simbólico que a gente lance o documentário neste momento, é como se encerrasse um ciclo. Agora vai começar o MBL que chamamos de 3.0.”