Infelizmente temos que comparar a postura dos gestores de Juazeiro e de Petrolina frente ameaça do coronavirus e dos casos de H1N1em nossa região.
Enquanto em Juazeiro, o prefeito Paulo Bomfim (sem partido) marca uma coletiva no seu gabinete e ler trêmulo o decreto que ele mesmo não sabe o que está escrito (tem apenas duas páginas). Em Petrolina o prefeito Miguel Coelho (sem partido), seguro, fala tranquilamente sobre as medidas previstas num decreto de 05 páginas, tudo bem esclarecido, e em consonância com os protocolos de saúde em casos de epidemia.
Em Juazeiro, o prefeito suspendeu as aulas por 7 dias, assim como os eventos com público superior a 100 pessoas, mas somente os eventos dos inimigos, dos amigos podem funcionar. A exemplo, circulou um vídeo nas redes sociais do estabelecimento comercial Bode Assado da Anita, protestando contra atuação dos fiscais de postura, que proibiram com base no decreto o funcionamento do estabelecimento na noite de sexta-feira (14). Revoltado, o proprietário foi até a Vila Bossa Nova, e flagrou os estabelecimentos funcionando normalmente e com movimento superior a 100 pessoas, e sem a preocupação do espaçamento entre as mesas, previsto no decreto.
Em Juazeiro a saúde está um caos, desde sempre. Mas não houve e não há detalhamento das medidas para o enfrentamento do surto do coronavirus e do H1N1, tudo é muito improvisado e obedece a demandas que surgem. Em Petrolina, as medidas já vêm sendo adotadas desde fevereiro pelo município e tem a formatação de um pacote de ações e protocolos para as próximas semanas. As iniciativas englobarão o poder público, setor privado e engajamento da população numa corrente de combate à doença.
Na noite de sábado (14) as festas em Juazeiro aconteceram normalmente, teve uma festa de vaquejada (essa não tinha decreto que proibisse) numa casa de festa no bairro Palmares, teve outra numa casa de festas no bairro Alto do Cruzeiro, enfim, em todos os lugares, menos nos espaços dos desafetos.
Dois decretos, e algumas provas cabais. Em Juazeiro falta competência, em Petrolina tem de sobra. Em Juazeiro, prezam pelo amadorismo, em Petrolina, eles pecam pela excelência. Em Juazeiro, o decreto foi feito às pressas, em Petrolina, foi feito com esmero. Juazeiro, o prefeito está nomeando aliados com salário de R$ 11 mil para as eleições, em Petrolina, o prefeito fala em contratação de profissionais de saúde para atendimento a casos suspeitos ou a pacientes com Covid-19. Em Juazeiro, depois da coletiva a imprensa, o prefeito correu para fazer campanha política, em Petrolina, depois da coletiva o prefeito foi se reunir com o Comitê de enfrentamento ao coronavírus. Em Juazeiro, o decreto se “extinguiu” em menos de 24 horas, em Petrolina, ele tem vigência assegurada por 15 dias.
Coisas óbvias, em Juazeiro, o gestor é um fantoche, em Petrolina, o gestor também é um fantoche, mas às vezes parece ter vida própria, o seu mentor não lhe é uma sombra assustadora e presente.