O discurso de ódio não enxerga outra coisa senão a política, mesmo quando o fato é aquilo que mais evidenciamos combater.
Na tarde desta segunda-feira (05) a policial militar Sylvia Rafaella Gonçalves Pereira, de 38 anos, foi morta pelo ex-marido, que também era policial militar, e que em seguida cometeu suicídio. O casal deixou duas filhas, de 03 e 12 anos.
A policial tinha uma medida protetiva contra o ex-marido – em julho deste ano, ele foi preso em flagrante por agredir a PM. O casal estava separado, e o delegado não descarta a possibilidade de a vítima ter sido morta porque o policial não aceitava o fim do relacionamento.
Sylvia Rafaella usava as redes sociais para falar sobre a rotina de policial militar e compartilhava dicas de estudo para passar em concursos públicos. Até a tarde de segunda-feira (5), sua conta no Instagram tinha mais de 67 mil seguidores. Depois da repercussão da morte, o número saltou para quase 83 mil.
A agente se declarava apaixonada pela profissão e encorajava outras mulheres a também seguirem carreira militar. Sylvia Rafaella trabalhava na 38ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM).
Mas a Revista Fórum ao invés de ressaltar as qualidades, que não são poucas da policial, preferiu ressaltar a opção política dela, “Feminicídio: PM bolsonarista que posava com armas é morta pelo marido na Bahia”. Na mesma matéria a revista afirma que Sylvia Rafaella usava o horário de serviço para fazer postagens nas suas redes sociais.
Pareceu que para a revista não importa muito as circunstâncias e a morte de mulheres que votaram em Bolsonaro ou que se declaram a favor do porte de armas.
Como seria oportuno para a revista debater as condições de trabalho dos policiais militares, a condição da mulher na corporação, os índices de suicídios e afastamentos de policiais militares para tratamento psiquiátrico.