Neste início do mês de novembro com a vazão da barragem de Sobradinho em torno de 3.000 metros cúbicos por segundo os moradores e pescadores do bairro Angari, Juazeiro, Bahia, são os que sofrem as consequencias da “enchente” do Rio São Francisco. Esse é o maior volume liberado por Sobradinho em sete anos. Todos os pontos turísticos estão cobertos de água.
No mês de abril deste ano a reportagem da REDEGN mostrou a preocupação dos moradores do bairro Angary. Na época a moradora Edmara Silva, acusava que “as notícias só chegam através do blog e que água poderia subir e causar problemas no local”.
Um dos moradores entrevista pela redeGN apontou “um certo releixo da Defesa Civil e SAAE na área e que a Chesf só se preoucupa em soltar água e gerar energia”.
“Todos os orgãos, público federal e municipal já poderiam ter desapropriado esta área de risco e ter colocado os moradores do bairro Angary num outro área de segurança e próxima também ao rio São Francisco, mas com segurança”.
De acordo com um morador se “fala que estão monitorando mas não se aprofunda sobre o assunto, tipo, algo que possa ser posto em prática e resolver a questão dos moradores”.
As elevações periódicas de vazão, que provocam o extravasamento das águas da calha principal do rio para suas áreas marginais, e a ocupação intensa e desordenada das várzeas inundáveis, geraram a necessidade de um conhecimento detalhado e espacializado da planície de inundação do Rio São Francisco no trecho entre Sobradinho, Bahia e Itaparica,Pernambuco.
A redeGN teve acesso a este relatório do Mapeamento das Áreas Inundáveis nas margens do Rio São Francisco, onde foram consideradas como áreas críticas às zonas ribeirinhas urbanas dos municípios de Juazeiro e Petrolina, com destaque para a parte ribeirinha do Bairro Angary e da orla fluvial em Juazeiro, que se encontram abaixo do cais de proteção da cidade, e o Balneário da Ilha do Rodeadouro (Petrolina), localizado a aproximadamente 15 km a montante da cidade de Petrolina.
A dona de casa Zenaide de Souto, 55 anos, morava no local em 1979 e também nas cheias de 1992. “É a gente e Deus. Não há um planejamento e ninguém nos informa do que realmente está ocorrendo. Só vamos assistindo a água subindo”, diz a moradora.
Neste início de novembro vários moradores tiveram que deixar suas casas devido o aumento das águas do Rio São Francisco ter atingido as residências dos moradores.
De acordo com a Chesf a água liberada de Sobradinho vai minimizar o rebaixamento do Reservatório de Itaparica, da Usina de Luiz Gonzaga (PE), visando manter o seu armazenamento em torno de 30% de seu volume útil. A vazão de Xingó (SE) será mantida em 2.300 m³/s, podendo chegar a 3.000 m³/s, a depender da necessidade de atendimento ao Sistema Interligado Nacional – SIN.
A Chesf também destaca a importância de a população não ocupar as áreas ribeirinhas situadas na calha principal do rio, entre o trecho de Sobradinho até a foz, com o objetivo de garantir a segurança de todos.
Fonte: redeGN/ Fotos Arquivo Ney Vital