PERNAMBUCO

Protesto: comerciários de várias empresas no centro de Petrolina permaneceram em frente às lojas contra o lockdown “Queremos trabalhar”

“Aglomeração acontece em festas particulares, nas ilhas e beira do rio, nas reuniões politicas, isso sim é aglomeração. Aqui no comércio seguimos todas as regras de distanciamento no interior das lojas, medição de temperatura e uso de máscara”, disse uma vendedora de uma loja de calçados no centro de Petrolina, na manhã desta quinta-feira (18).

Mesmo fechadas, sem funcionamento, comerciários foram para as portas das lojas que trabalham protestarem contra a “quarentena mais rígida” anunciada pelo Governo de Pernambuco para conter a disseminação do coronavírus e a alta taxa de ocupação dos leitos de UTI, que está acima dos 95%.

“É muito fácil proibir a gente de trabalhar e não cancelar o pagamento de taxas de água, luz, e a feira? Só temos duas opções hoje em dia, ou morremos pela ou morremos de fome, sem água e luz. Cadê as medidas de auxilio ao povo para que todos fiquem em casa? Muito fácil decidir a vida de milhões atrás de uma mesa com uma caneta da mão”, disse outro vendedor que não quis seu nome divulgado.

“Queremos trabalhar”, era o que estava escrito em cartazes e nos apelos dos funcionários. A Guarda Municipal e Polícia Militar/PE estavam presentes para garantir a ordem, mas o movimento foi pacífico.

Com as medidas restritivas, estabelecimentos estão fechando suas portas e/ou reduzindo os quadros de funcionários. O desemprego chegou a um índice altíssimo desde 2012 e as medidas de auxilio para a população e compra de vacinas não atendem a urgência que a população brasileira vive.

De acordo com o IBGE, a taxa média de desocupação no ano passado foi de 13,5%, o que corresponde a cerca de 13,4 milhões de pessoas buscando trabalho no país (Fonte: Agência Brasil). No primeiro semestre de 2021 o desemprego pode chegar a 17% (Fonte: CNN Brasil – Relatório da Santander).

Lockdown

Até o dia 28, apenas os serviços essenciais estarão autorizados para funcionar em todo o estado de Pernambuco. Entre os dias 18 e 28 de março, ficarão proibidos de funcionar os serviços de bares e restaurantes (mas poderão atender através de delivery e retirada), shoppings (poderão também ter entrega e ponto de coleta) e galerias comerciais, óticas; salas de cinema e teatros, academias, salão de beleza e similares, comércio varejista de vestuário, calçados, eletroeletrônicos e linha branca, cama, mesa e banho e produtos de armarinho. O comércio, de uma forma geral, poderá funcionar com delivery de todo tipo de mercadoria.

Ainda entram nas atividades que ficam proibidas de funcionar escolas e universidades (públicas e privadas), clubes sociais, esportivos e agremiações, práticas e competições esportivas, praias, parques e praças, ciclofaixas de lazer, eventos culturais e de lazer, além dos sociais. Já as igrejas e demais templos religiosos só poderão funcionar para atividades administrativas e para preparação e realização de celebrações online.

Já entre os serviços considerados essenciais pelo Governo de Pernambuco e liberados para funcionar neste período estão supermercados, padarias, farmácias, postos de combustíveis, petshop, clínicas, ambulatórios e similares, bancos e lotéricas, transporte público, indústrias, atacado e termoelétricas, construção civil, material de construção, materiais e equipamentos de informática, lojas de materiais e equipamentos agrícolas, oficinas e assistências técnicas e lojas de veículos. (Imagens: Divulgação internet)

Iana Lima Jornalista