Protestando contra o negaciosnismo e em defesa da vida, diante da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil, um total de 425 médicas e médicos baianos assinaram uma carta aberta. O texto critica a postura do Conselho Federal de Medicina (CFM) por seguir as posições contrárias à ciência do governo federal, como o apoio ao uso de medicamentos sem eficácia contra a doença, e defende a adoção de medidas rigorosas de enfrentamento à Covid-19.
“A Associação Médica Brasileira (AMB), e várias Sociedades de Especialidades têm assumido posição em defesa da vida e do cuidado à saúde com base na ciência. Têm reiterado que medicações como hidroxicloroquina/cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina, entre outras drogas, não possuem eficácia científica comprovada de benefício no tratamento ou prevenção da Covid-19, propondo o banimento da utilização desses fármacos”, afirma a carta.
Além disso, o texto repudia o negacionismo do governo federal e a postura do Conselho Federal de Medicina (CFM), que, classifica como “de completo alinhamento com o governo federal, minimizando o problema, omitindo-se quanto ao banimento das medicações sem efetividade comprovada, criticando o lockdown, e enaltecendo a desastrosa atuação do Ministério da Saúde”.
No documento, os médicos defendem:
A adoção rigorosa de medidas que reduzam a transmissão da doença, como a proibição de aglomerações, o uso obrigatório de máscaras, e as restrições à circulação de pessoas, incluindo o lockdown;
A garantia do auxílio emergencial de R$ 600,00 para trabalhadores informais, microempreendedores individuais, autônomos e desempregados, e de créditos para que as pequenas e médias empresas mantenham empregos e salários, enquanto durar a pandemia;
A vacinação urgente e para todos, conduzida pelo SUS, obedecendo as prioridades definidas com base em critérios éticos e epidemiológicos;
O banimento do uso de medicações que não possuem eficácia científica comprovada no tratamento ou prevenção da COVID-19;
O apoio às iniciativas de governadores, parlamentares e prefeitos visando à ampliação da rede de assistência e vigilância à saúde, aquisição de vacinas e demais medidas de proteção à saúde da população;
O compromisso das entidades médicas com a saúde da população e com a medicina informada por evidências científicas.