JUAZEIRO

Juazeiro: A crítica é importante na democracia, o ódio e a violência não são armas da democracia

Desde o início do ano que um grupelho ressentido e inconformado pela derrota nas urnas em 2020, vive nas redes sociais atacando e denegrindo a honra das pessoas, inclusive da prefeita Suzana Ramos, a Procuradoria do Município já deveria ter tomado uma atitude mais enérgica de responsabilizar os agressores.

Em qualquer democracia existe disputa eleitoral e luta pelo poder, onde o voto é exercido por interesses, ideias, afetos ou carismas. Não aceitar o resultado das urnas, e atacar esquizofrenicamente as pessoas, não pode ser considerado normal ou democrático.

É salutar que todo grupo que esteja no poder tenha oposição. No período de 2016 a 2020, o prefeito Paulo Bomfim cometeu a estupidez de cooptar toda a Câmara de vereadores para formar a base de sustentação ao governo, o resultado foi a revolta popular que deu a vitória para a oposição, e a derrota de sete vereadores da base.

A crítica deve ser direcionada sempre a ineficiência máquina pública, a ausência de politicas públicas, ao mal funcionamento dos órgãos, a má gestão dos recursos, aos desvios e a corrupção, mas nunca, e, em hipótese alguma, a crítica deve ser personalizada e pessoal. As agressões, as difamações, as calúnias, não merecem nem comentá-las, porque não fazem parte do jogo democrático.

No livro Ódio à Democracia, publicado no Brasil pela Boitempo Editorial em 2014, o filósofo franco-argelino Jacques Rancière deixa claro o que está em crise não é o governo da multidão, mas a farsa que procura invibilizá-lo e pistas para entender este fenômeno.

O conceito de democracia surgiu na Grécia Antiga, em 510 a.C., quando Clístenes, aristocrata progressista, liderou uma rebelião contra o último tirano, derrubando-o e iniciando reformas que implantaram a democracia em Atenas.

Atenas foi dividida em dez unidades denominadas “demos”, que era o elemento principal dessa reforma. Por isso, o novo regime passou a se chamar demokratia, que é formada do radical grego demo (“povo”), e de kratia (“poder”, “forma de governo”).

As decisões políticas passaram a ser tomadas com a participação direta dos cidadãos nas assembleias, que aconteciam em praça pública, chamada de ágora.

Assim, a democracia passou a ser compreendida como o modelo no qual o povo (demo) participa ativamente das decisões políticas.

O pleno exercício dos direitos políticos requer um clima de segurança e tolerância. Os cidadãos precisam ter assegurado um ambiente em que suas diferenças políticas possam ser expressas sem reações violentas. Agressões físicas ou verbais devem ser investigadas de forma célere. As lideranças politicas e partidárias devem ser responsabilizadas quando elas instigam ou fomentam à violência.

Internet não é terra sem lei: difamação e calúnia nas redes sociais são consideradas crimes.

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