Após quase dois anos sem aula presencial em função da pandemia da Covid-19, aos poucos os estudantes voltam às salas de aula na modalidade semi-presencial em quase todo o país. Apesar desse retorno, fica uma incógnita: como recuperar o tempo perdido?
Uma das respostas serve não apenas a esse período de retomada, mas se configura como uma das chances de qualificar o ensino público: a escola em tempo integral. Em vários países, o turno único já é uma realidade.
Além do turno único, outras alternativas são a criação de um sistema de recuperação de aprendizagem; trabalho colaborativo dentro de cada escola e entre escolas; criação de um currículo claro.
Em sua explanação, Cláudia Costin trouxe dados sobre a educação no período anterior a pandemia. Eles são desabonadores. De acordo com a Avaliação Nacional de Aprendizado, quase 55% dos alunos do 3º ano do ensino público, com idades entre 8 e 9 anos, não se alfabetizaram.
Os números refletem o pouco caso com a educação. Apenas na primeira década do século 21 o Brasil universalizou o ensino fundamental.
No entanto, em alguns estados é possível observar mudanças positivas que refletem uma melhor qualidade no ensino. Um exemplo citado por Cláudia Costin é a cidade de Sobral, no Ceará. Há anos, o município apresenta o melhor Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
No sistema empregado em Sobral todas as escolas da rede municipal devem apresentar o mesmo resultado. Além disso, a cada dois meses os alunos são submetidos avaliações diagnósticas.
“Estamos vivendo um negacionismo não ciência da saúde. É bom ter cuidado para que não tenhamos o negacionismo na educação. A educação não é para amadores. Não é uma coisa apenas poética, bonita. Não é apenas para ter a criança feliz. É para estar feliz, mas também construindo o futuro”, alerta a educadora.
Para a presidente da Comissão de Educação, Esporte e Lazer, Cris Correia (PSDB), a escola em tempo integral, com o aluno tendo aula curricular num turno e reforço no outro, além de atividades extracurriculares, precisa ser perseguida pelo poder público. “Essa é uma das saídas para diminuirmos o fosso existente entre a educação pública e a privada. Outros países adotaram esse modelo na perspectiva de melhorarem a educação, que é única porta para um futuro digno e promissor”, assinalou.
Além de Cris Correia, participaram da reunião os vereadores Marta Rodrigues, Silvio Humberto, Téo Senna e Emerson Penalva.
Fonte: Informe Baiano