BRASIL POLÍTICA

Ciro não consegue convencer Lula sobre o risco da candidatura de um homem que vai dividir ainda mais o país e aprofundar crise

O ex-ministro Ciro Gomes parece ser o mais maduro brasileiro entre os nomes que se apresentam para governar o Brasil. O pré-candidato do PDT deixa claro todos os dias através de entrevistas que o Brasil não aguenta as opções Lula e Bolsonaro. Ciro justifica sua declaração com argumentos palpáveis, dentro da realidade. O Brasil vive o seu pior momento em todas as áreas e setores no governo Bolsonaro, com mais de 20 milhões de famintos, gente sem ter o que comer, outros 39 milhões vivem com R$ 150. Na outra ponta, 14 milhões estão desempregados e 68 milhões estão devendo na praça. Pior, Bolsonaro cria crises, destruiu instituições e provocou a maior alta de preços em 30 anos. Lula é apontado por Ciro como coautor da crise por ter ensejado a chegada de Bolsonaro ao poder, através da promoção da corrupção que não conteve durante seus governos. Para Ciro, o Brasil não aguenta mais tamanha situação degradante.

Olhando pelo retrovisor,  as palavras de Ciro Gomes estão dentro de um contexto real. Vejam só: o presidente Bolsonaro prometeu o botijão de gás a R$ 40 e o gás custa hoje, R$ 110, algo jamais previsto por qualquer economista. Os combustíveis  só em 2021, foram reajustados em 50%, indicando um completo descontrole. A gasolina está sendo vendida a R$ 7 o litro e o diesel R$ 6, um absurdo. A argumentação de Ciro ganha ainda mais força  quando o cidadão vai às compras para adquirir os produtos da cesta básica, que triplicaram de preços. O café, o pão, o leite, arroz, o feijão e a carne de tornaram produtos de luxo.

Mas o que o Ciro não consegue enfiar na cabeça do Lula é que o petista, apesar da sua importância histórica, não deve impor à nação um projeto que destrua ainda mais o país para provar que é “o cara”, o líder da esquerda, o dono dos votos entre os pobres e a  elite intelectual. Ciro considera que o ex-presidente poderia apoiar uma mudança para melhorar a nação, tirá-la do atoleiro, da estagnação econômica e moral. Lula já governou, elegeu sucessora e errou, errou, errou muito, inclusive com a opção Dilma Roussef, completamente despreparada para a função de presidente da República.

O mais importante até agora é a sensação na qual o brasileiro vai aos poucos assimilando as avaliações de Ciro Gomes. Lula e Bolsonaro  lideram as rejeições com índices de 60%, em dados que demonstram a insatisfação dos brasileiros com os dois personagens, que parecem combinar uma polarização que está empurrando o Brasil cada vez mais para o buraco, numa provocação clara ao mais paciente cidadão.

Ainda temos 11 meses para a eleição, tempo suficiente para o ex-presidente Lula  entender a mensagem de Ciro e o eleitor avaliar os posicionamentos do pré-candidato do PDT. Quanto ao presidente Bolsonaro, Ciro parece ter conseguido seu mais importante êxito nessa pré-campanha: o presidente está derretendo.

Nos cabe como observadores de cenários, escrever sobre o momento político, alertando o eleitor para a importância do voto e, principalmente suas consequências. O Brasil cometeu muitos erros na sua curta história. O povo merece uma oportunidade, merece governos que construam pontes, abram portas, cuidem das crianças, da educação, da saúde, ofereça segurança e promova desenvolvimento, única forma de gerar empregos para alimentar toda uma cadeia que vai do emprego à vacina no braço e comida no prato.

Fonte: Blog Roberto Moreira