JUAZEIRO POLÍTICA

Opinião: Prefeita, cadê a reforma administrativa?

A prefeita Suzana Ramos (PSDB) desde que assumiu o mandato no ano passado já cogitava uma reforma administrativa no seu governo. Alguns integrantes da gestão afirmavam que seria até a metade de 2021, inclusive diziam que seria extintos alguns cargos e a teria a fusão de secretarias. Não aconteceu.

A partir do mês de setembro a prefeita começou a ensaiar e a desejar uma reforma na sua gestão. No mês de novembro durante o lançamento da programação natalina da cidade: ela disse: “Eu não vou virar o ano com gente atrapalhando meu governo não. Vou fazer a reforma administrativa e aquele que tiver reclamando, é porque está insatisfeito. Então deixei para quem quer trabalhar”, disparou durante seu discurso.

“Vamos escutar, buscar acomodar, mas lembrando que no final a caneta será minha”.

Ainda no mês de dezembro durante uma grande reunião com os servidores da Prefeitura no colégio Paulo VI, para avaliação da gestão, a prefeita voltou a dizer em tom de desabafo que faria uma reforma administrativa.

Começou o ano, estamos na metade de janeiro, e não há sinais de mudanças na gestão de Suzana Ramos.

O que se pode mudar?

Na administração pública não tem muitos segredos, não funciona igual (e nem deve!) administração privada, mas alguns aspectos são primordiais, principalmente na apresentação de resultados conforme as metas estabelecidas. Mas será que a gestão estabeleceu metas? Tem planejamento? Tem reunião sistemática para avaliar as metas?

A impressão que passa é que a gestão é composta de amadores, embora a prefeita tenha mais de 30 anos na política, e tem na assessoria especial um ex-prefeito, uma ex-vereadora e ex-presidente da Câmara, ex-vereadores, ex-vice-prefeito. Assim como, tem na base de apoios políticos veteranos, ou pessoas da velha política.

O erro principal da prefeita Suzana Ramos foi ter nomeado pessoas que não se pode exonerar sem causar traumas.

A secretaria de governo é o cérebro da gestão. Ela é responsável por assistir a prefeita no desempenho de suas atribuições e na articulação política; na interlocução com os vereadores; no relacionamento e na articulação com as entidades da sociedade civil; com os partidos políticos e na realização de estudos, projetos com as demais secretarias.

A saúde foi o calcanhar de Aquiles do ex-prefeito Paulo Bomfim (PT). Atual gestão além de repetir os erros básicos da gestão anterior, ainda inova na falta de cuidados na nomeação de pessoas qualificadas para coordenar e supervisionar as atividades na atenção básica.

Na educação com o todo esforço da equipe técnica e com o montante de recursos disponíveis, as relações interpessoais e a vaidade têm desfacelado e a fragilizado as ações.

Nos Serviços públicos falta compromisso com a gestão e com os interesses coletivos sociais. E pior é a relação com o parlamento e com as lideranças comunitárias.

Juazeiro tem sofrido com ausência do Plano Diretor, e pelo que parece vai continuar sofrendo. No ano passado foram construídas diversas moradias em áreas irregulares, inclusive no bairro Angary. Sem contar a ocupação ilegal de espaço público por vendedores autônomos, empresas e empresários, tornando a cidade caótica para transitar e piorando o seu aspecto estético.

Falta no social o peso de alguém com experiencia não somente em gestão pública, mas com habilidade política para conseguir a captação de recursos e articulação institucional com os governos estadual e federal e com parlamentares. Ainda que a pasta seja engessada nos recursos, mas há possibilidade de realizar muitas ações.

Muitos assessores que nada contribuem com a gestão, muitos nem aparece para “bater o ponto”.

Por fim, a quem interessar deixar um incompetente ou um descompromissado na gestão? Já passou da hora para que a caneta de Suzana funcione de fato como ela mesmo disse, e passe a agir com a firmeza para suprir a expectativa dos eleitores que apostaram em seu nome para dispor de um novo modelo de governo.

João Carlos Almeida
Cidadão juazeirense