Quase dois anos depois, entre erros e acertos, uma grande leva de países europeus, asiáticos e os Estados Unidos seguiram as orientações da Organização Mundial de Saúde e passaram a oferecer sua versão rápida – que identifica a quantidade de antígeno no corpo e é menos precisa do que o RT-PCR – gratuitamente ou em farmácias.
Uma opção para fazer o teste de antígeno em casa – o autoteste – também foi disponibilizada desde cedo no exterior. No Brasil, o Ministério da Saúde deve enviar, ainda esta semana, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), um pedido de autorização para seu uso.
O órgão afirma em nota que a possibilidade está prevista em regulamento, desde que autotestes sejam acompanhados de “políticas públicas e ações estratégicas formalmente instituídas”, a cargo do Ministério da Saúde (leia na íntegra).
e”, foi esta frase que marcou um dos primeiros discursos do diretor-geral da OMS, o biólogo Tedros Adhanom Ghebreyesus, ainda no início da pandemia em março de 2020. “Não é possível combater um incêndio de olhos vendados”, disse.
“[A falta de testagem] permite com que mais e mais contaminações aconteçam e com que a doença fique cada vez mais descontrolada. Os testes ajudam como monitoramento: mesmo sem sintomas, a pessoa testa, se isola e evita continuar disseminando o vírus”, disse a biotecnologista e doutora em Genética e Biologia Molecular, Larissa Brussa. “O ideal é que as pessoas fossem testadas na menor suspeita de infecção.”
A busca por testes rápidos cresceu consideravelmente com a variante Ômicron aumentando o número de casos no país – houve um crescimento de 111% em duas semanas no final do ano, mas o apagão dos dados do Ministério da Saúde sobre a pandemia torna o número difícil de definir –, além do surto da gripe H3N2.
Agora, com os autotestes possivelmente chegando em breve nas farmácias, é normal que dúvidas surjam em relação a cada forma de diagnóstico. Veja qual o teste contra coronavírus ideal para cada situação:
Testes rápido de antígeno
Agora também no formato de autoteste caseiro, os testes de antígeno são úteis porque prontificam a pessoa com uma resposta em aproximadamente 15 minutos. “Ele pode ser feito em qualquer lugar, qualquer horário e não é necessário nenhum equipamento específico ou uma pessoa treinada”, disse Russa.
O ideal é que o teste de antígeno seja feito quatro dias após o contato com alguma pessoa positivada ou por volta de três dias após a apresentação de sintomas. Assim, as chances de um falso-negativo diminuem.
No caso do autoteste caseiro, os possíveis erros na hora da execução foram, inclusive, um motivo para a Anvisa não ter autorizado o produto no país até 2022, já que o paciente precisa fazer um swab nasal sem o auxílio de um profissional de saúde.
O órgão temia que falsos-negativos em testes caseiros pudessem afetar os programas de saúde pública (a sensibilidade dos testes é de 60% a 40%). Por isso, a recomendação é que qualquer teste rápido apenas auxilie o paciente num primeiro momento, mas que não sirva como um diagnóstico conclusivo.
Fonte: Exame