POLÍTICA

Em pré-campanha, Lula e Alckmin pedem união pela democracia no Brasil

No evento que marcou oficialmente a entrada do PT na corrida ao Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro aqueles que serão os motes da sua campanha, ao lado do ex-governador Geraldo Alckmin: a recuperação da soberania nacional, a restauração dos pilares democráticos e a retomada econômica. O petista também reforçou a polarização política e fez um aceno aos jovens.

Lula deixou de lado o improviso com que costuma eletrizar plateias e leu, por 47 minutos, um discurso meticulosamente elaborado. Mas não foi por acaso que o termo “soberania nacional” apareceu 26 vezes no texto. “O artigo 1º da nossa Constituição enumera os fundamentos do Estado Democrático de Direito. E o primeiro fundamento é justamente a soberania. No entanto, a nossa soberania e a nossa democracia vêm sendo constantemente atacadas pela política irresponsável e criminosa do atual governo”, afirmou.

Para o petista, será preciso promover uma grande concertação na sociedade “para que ninguém nunca mais ouse desafiar a democracia, e para que o fascismo seja devolvido ao esgoto da história”.

No ataque, e sem citar o presidente Jair Bolsonaro (PL), classificou-o como alguém “que tenta mascarar a sua incompetência brigando o tempo todo com todo mundo, e mentindo sete vezes por dia”. Lula salientou, ainda, que é visceralmente contrário ao estímulo dado pelo presidente para que a população ande armada e se insurja contra a Constituição.

“Não somos a terra do faroeste, onde cada um impõe a sua própria lei. Não! Temos a lei maior que rege a nossa existência coletiva”, destacou, reforçando não ter rancor por ter sido alijado do processo político em 2018, quando foi preso.

“Não é digno desse título o governante incapaz de verter uma única lágrima diante de seres humanos revirando lixo em busca de comida, ou dos mais de 660 mil mortos pela covid”, disse.

Como era de se esperar, Lula comparou números obtidos nos seus mandatos e nos da ex-presidente Dilma Rousseff para mostrar que, com Bolsonaro, houve uma série de retrocessos. “Triplicamos os investimentos em educação, que saltaram de R$ 49 bilhões, em 2002, para R$ 151 bilhões, em 2015. Mas o atual vem reduzindo os investimentos a cada ano”, destacou.

 

Por: Correio braziliense