PERNAMBUCO São João

Enxurrada leva milho e outras mercadorias juninas estocadas por comerciantes no Recife

Os comerciantes de Pernambuco passam o ano todo esperando chegar o período de São João. Junho e sinônimo de pamonha, canjica e várias comidas típicas. Em 2022, no entanto, a chuva forte arrastou milho e outras mercadorias e tirou um pouco o brilho da festa para quem já estava há dois anos sem curtir o forró e a fogueira, por causa da pandemia.

Vídeos gravados por comerciantes e clientes mostram o desespero de quem viu o milho e outros produtos sumirem no meio da água. Alguns tentavam salvar espigas, mas não deu muito certo. A maioria do estoque foi levada para o bueiro e desapareceu na enxurrada.

O temporal de quarta-feira (22) levou todo o milho que estava armazenado no mercado público de Nova Descoberta, na Zona Norte do Recife. Lá, todos os anos, o estacionamento vira o ponto oficial da venda de produto para o São João.

Comerciantes perderam estoque de milho para o São João por causa da chuva forte — Foto: Reprodução/TV Globo

Nesta quinta (23), o comerciante Abraão contou que perdeu R$ 200 em mercadoria. Tudo levado pela água.

Ele tinha se instalado na semana passada para comercializar coco seco, um ingrediente que está presente na maioria das receitas juninas. “Foi tudo muito rápido. Uma questão de minutos”, declarou.

Depois da tempestade, a saída foi trabalhar para tentar amenizar os prejuízos. Foi o que fez a comerciante Maria Eduarda.

Ela trabalha no local há dez anos, sempre durante o São João. Nesta quarta, cobrava R$ 50 por cada saco com 50 espigas, a mão de milho como é chamado em Pernambuco.

Na enxurrada, ela também perdeu bancos e cadeiras. “Foi uma correria. O que a gente conseguiu tirar, colocou em um local mais acima”, disse.

Muito milho foi levado pela enxurrada no Recife — Foto: Reprodução/TV Globo

Também comerciante, Sebastião mandou buscar milho no interior, confiante em boas vendas. Não sabe quantas espigas comprou.

Agora, se esforça para evitar mais perdas. “Não dá para salvar muito, não. Quando a água vem, puxa. É feito o mar”, declarou.

Fonte: G1/PE