BAHIA POLÍTICA

Pré-candidatos ao governo da BA disputam apoios de prefeitos; ACM Neto tem mais apoiadores entre as 30 maiores cidades do estado

A movimentação no período da pré-campanha na Bahia tem sido marcada pela caminhadas e eventos, no melhor estilo corpo a corpo, e por movimentações políticas dos pré-candidatos ao governo em busca de apoio de prefeitos. Entre as trinta maiores cidades baianas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dezoito são comandadas por prefeitos que apoiam a pré-candidatura de ACM Neto (União). Gestores de outras doze cidades da relação apoiam Jerônimo Rodrigues (PT). Enquanto duas contam com prefeitos que apoiam João Roma (PL).

Outros dois pré-candidatos ao governo da Bahia, Kleber Rosa (Psol) e Giovani Damico (PCB), seguem na disputa sem apoio declarado de prefeitos de municípios com grande concentração de votos. Os apoios, que nem sempre refletem o arco de alianças das coligações, são considerados importantes por especialistas para a disputa que vai definir o novo governador do estado em outubro.

O levantamento feito pelo g1 foi realizado a partir de contato com pré-candidatos e demonstrações públicas de apoio realizadas pelos prefeitos das cidades citadas.Veja os apoios dos prefeitos aos pré-candidatos nas 30 maiores cidades da BahiaACM Neto conta com mais apoios entre as 30 principais cidadesACM Neto (UB): 18Jerônimo Rodrigues (PT): 10João Roma (PL): 2Kleber Rosa (Psol): 0Giovani Damico (PCB): 0Fonte: g1

Ainda que os apoios não representem transferência direto de votos, juntos, os 18 municípios cujos prefeitos apoiam ACM Neto (União) possuem mais de 5,7 milhões de habitantes, o representa quase 40% da população baiana.

Entre os maiores municípios baianos, o ex-prefeito de Salvador conta com apoio de prefeitos das cinco principais cidades do estado: Bruno Reis (Salvador), Colbert Martins (Feira de Santana), Sheila Lemos (Vitória da Conquista), Elinaldo Araújo (Camaçari) e Suzana Ramos (Juazeiro).

Em comparação com 2018, apenas a prefeitura de Juazeiro saiu da base governista para a oposição, ainda assim, o atual governador, Rui Costa (PT), venceu em quatro destas cinco, com votação superior a 60% em todas as quatro. Na ocasião, o petista só não venceu em Feira de Santana, cidade natal do então adversário José Ronaldo (União).

Além das cinco maiores cidades, ACM Neto ainda conta com os apoios dos prefeitos de Teixeira de FreitasJequiéBarreirasSimões FilhoEunápolisSanto Antônio de JesusLuís Eduardo MagalhãesCandeiasGuanambi, Dias D’Ávila, Senhor do BonfimItapetinga e Campo Formoso.

erônimo Rodrigues conta com o apoio dos prefeitos de ItabunaIlhéusLauro de FreitasAlagoinhasPaulo AfonsoValençaJacobinaIrecêCasa Nova e Bom Jesus da Lapa. Enquanto a pré-candidatura de João Roma conta com apoio dos prefeitos de Porto Seguro e Serrinha.

O cientista político Cláudio André Souza vê importância de prefeitos e vereadores nas eleições de âmbito estadual e nacional, mas destaca que quanto maior a cidade, mais esse peso pode ser minimizado.

“A disputa politica local quando vem uma eleição estadual, nacional, ela, obviamente passa pelos acordos, compromissos e mobilizações orgânicas que já estão dadas ali no âmbito do poder local. A liderança politica dos prefeitos e também dos vereadores acaba tendo um peso que vai variar conforme o desenvolvimento social, econômico e político do município. Quando a gente fala em um município maior, obviamente que a maior parte não está atrelada a uma relação politica mais centralizada, o que ocorre de maneira diferente em um município com 20, 10 mil habitantes”, diz.

O cientista político também aponta que na Bahia as cidades de pequeno e médio porte tem um papel importante na disputa política justamente pela ação mais próxima de gestores.

“Se a gente for olhar as grandes cidades, vamos ver que elas são importantes, mas não são decisivas. Então, o fato de termos, na Bahia, uma população distribuída e dispersa em dezenas de municípios e regiões acaba dando esse peso à eleição municipal”, disse Caio André Souza.

ACM Neto tem destacado em entrevistas que sua candidatura tem reunido forças importantes pelo estado. “Nunca houve, em toda a história do nosso estado, uma candidatura de oposição com tanta força como a que estamos organizando”, disse, numa das entrevistas.

Outro ponto de atenção na movimentação eleitoral da Bahia tem sido a disputa pelo apoio de prefeitos que não integram a base de apoio dos partidos do pré-candidato. Mesmo após o rompimento de uma aliança que durou quase 14 anos, entre 2009 e 2022, a candidatura do PT tem mirado prefeitos do antigo aliado PP, que agora apoia a chapa liderada pelo União Brasil.

G1 Bahia