No penúltimo debate entre os presidenciáveis, realizado ontem conjuntamente por SBT, CNN e outros veículos de imprensa, o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o alvo de todos os adversários que disputam o Palácio do Planalto. Como não esteve presente, os rivais aproveitaram para pregar no
ex-presidente a pecha de corrupto e de não ter participado para não ser confrontado com as denúncias nos governos petistas. Mas isso não quer dizer que Jair Bolsonaro (PL) nadou de braçada: exceto por Padre Kelmon (PTB), que deixou claro que seria linha auxiliar do presidente, todos os demais fizeram cobranças sobre os erros e omissões do atual governo. Em matéria de ideias, o debate teve pouquíssimo: foi mais um ringue em que cada um aproveitou a chance para desqualificar o outro.
A senha dos ataques a Lula foi dada por Soraya Thronicke (União Brasil) ao comentar a ausência do petista — a todo tempo enfatizada pelo apresentador Carlos Nascimento. “Uma sabatina, um debate, é como uma entrevista de emprego. Você aí, na sua casa, contrataria um candidato que faltou à entrevista de emprego? Esse é o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, que não merece o seu voto de maneira nenhuma”, cutucou.
Mesmo com um tom de voz moduladamente ameno, Bolsonaro não fez por menos e referiu-se a Lula várias vezes como “presidiário”. Ciro Gomes (PDT) chamou a atenção para a suposta empáfia do petista — que está à frente em todas as pesquisas de intenção de votos. “Lula está de salto alto, acha que já ganhou. Mas ele não veio porque não tem como explicar as promessas e denúncias de corrupção”, cobrou. Simone Tebet (MDB) preferiu criticar a campanha do voto útil em favor do ex-presidente, que corre nas redes sociais. “Me espanta quem prega o voto útil fugir de um debate”, lamentou.