Famílias ribeirinhas deixam imóveis após vazão de barragem na Bahia: ‘situação degrada casas’

Após cheia do Rio São Francisco e vazão da Barragem de Sobradinho, comunidades ribeirinhas correm risco de alagamentos e pelo menos sete famílias tiveram que deixar suas residências em Juazeiro, no norte da Bahia.

A vazão da barragem de Sobradinho, no norte da Bahia, deve igualar ao patamar atingido no ano de 2022, quando chegou a liberar 4.000m³ por segundo, maior dos últimos 12 anos.

Nesta quinta-feira, a vazão deve atingir 3.000m³ por segundo, segundo a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). Em decorrência desse vazamento, as sete famílias, todas do bairro Angari, serão levadas a outro bairro.

Alguns residentes alegam estar acostumados com a situação das cheias. Apesar disso, o incômodo em deixar as casas fica estampado nos rostos dos afetados.

“Estou acostumada, desde 1981 que eu vivo na ilha. É corre pra aqui, corre pra lá” , disse Joana Conceição, moradora do bairro.

Idosa de região ribeirinha no norte da Bahia — Foto: Reprodução/TV Bahia

Em uma nova atualização, a Chesf informou que o índice de 4.000m³ deve ser liberado na próxima segunda-feira (16), igualando o recorde de 2022. A liberação ocorre por conta das chuvas na região.

A Defesa Civil de Juazeiro afirmou que mantêm outras famílias em estado de alerta e prevê prejuízos para comerciantes de algumas regiões da cidade.

Pescador afetado pela vazão da barragem — Foto: Reprodução/TV Bahia

A maioria dos moradores se preocupam. Essa situação [alagamento] degrada as casas. O pessoal está esperando uma quantidade grande, dizem que pode chegar até 5.000m³ “, diz o pescador Erinaldo de Souza.

Erinaldo informa que a tensão é uma constante nos moradores: “Essas casas que estão mais próximas ao rio, é onde todo o pessoal já está com o coração na mão”.

Uma reunião com mapas de áreas inundáveis das regiões ribeirinhas foi realizada entre a Chesf e as Defesas Civis da Bahia, Pernambuco e Alagoas.

Em Janeiro de 2022, a Defesa Civil mapeou 25 famílias que precisavam deixar as casas, em Juazeiro.