JUAZEIRO

Pastor da 2ª Igreja Evangélica Congregacional de Juazeiro envia nota e se manifesta sobre pichações: “Lamentável”

No último domingo (05), uma pichação revoltou a comunidade da Segunda Igreja Congregacional de Juazeiro, localizada no bairro Santo Antonio. O ato é considerado vandalismo. As paredes pichadas é mais um ato de intolerância religiosa. O caso gerou revolta.

Nesta terça-feira (07), Washington Daniel de Almeida (Pastor da 2ª Igreja Evangélica Congregacional de Juazeiro-BA), lamentou o ato.

Confira nota:

PICHAÇÃO

Esta atitude pode nos levar a várias direções, como por exemplo a punição do infrator e reparação material. Ela ainda aponta para intolerância religiosa, o que repugnamos de forma veemente. Mas, apesar destas opções, que esbarram respectivamente, no direito e na necessidade da boa relação social, preferimos encontrar na mensagem do pichador a oportunidade de apresentar um “Deus que não está morto”, que se revela encarnando o próprio AMOR, e assim sendo, não poderia de maneira alguma receber do homem tamanha afronta.

Para o filósofo Nietzsche, quando cunhou a expressão “morte de Deus”, o iluminismo (conhecimento humano/ciência) estava sendo o objeto da sua atenção em detrimento a Idade Média que pensava a partir da teologia.

Não foi uma discussão sobre a não existência de Deus, mas se a história da humanidade deveria ser conduzida pela ótica da teologia (Deus é o centro) ou do humanismo (O homem é o centro). Recentemente a pandemia revelou o valor da ciência disponibilizando respiradores mecânicos que salvaram milhares de vidas. Uma pessoa que foi submetida a tal condição, pode ter gratidão no seu coração pela contribuição científica. Mas, ela não deveria ser ingrata por todo tempo que respirou sem ajuda de aparelhos. Não queremos nem entrar no mérito que a capacidade intelectual também depende de Deus, o que se conclui que, caso respiremos com ou sem a ajuda de aparelhos, é manifesta a bondade de Deus.

O xingamento pichado na igreja causa indignação por ser uma expressão visível. Mas quando entendemos, que mesmo não verbalizando (de forma escrita ou oral), mas nos comportando como se fôssemos senhores das nossas próprias vidas e que nunca precisaremos passar por uma prestação de contas, estamos utilizando esta expressão no nosso viver. Este é o homem em estado de pecado, inimigo de Deus, destinado a condenação, cuja religiosidade muitas vezes disfarça tal comportamento e suaviza perante os olhos humanos a sua ingratidão para com o Criador. Mais do que um coração religioso, o homem precisa de um coração convertido.

Se de fato a pichação apresenta aquilo que a alma do pichador sente, devemos lamentar profundamente por ele e orar pelo seu encontro com Deus. E também refletir sobre a nossa missão como igreja, para que nossos esforços encontrem muito mais pessoas que estão escravizadas e direcionadas pelo pecado.

Pastor Washington Daniel de Almeida (Pastor da 2ª Igreja Evangélica Congregacional de Juazeiro-BA, sobre as pichações ocorridas no templo no dia 05/02/2023).

Fonte: RedeGN