Comandante da pasta da agricultura na Bahia, o ex-deputado estadual Tum comentou que o estado tem a “maior capacidade de crescimento no agronegócio”. Em entrevista ao Bahia Notícias, o secretário da Seagri sinalizou que a gestão pretende dar continuidade ao que já vinha sendo feito na gestão do ex-governador Rui Costa (PT).
“Isso mostra o comprometimento e a importância do agronegócio, que representa 25% do PIB de nosso estado. A Bahia é o estado com maior capacidade de crescimento no agronegócio. Temos terra em abundância, um clima favorável e políticas públicas que incentivam essa atividade. A Bahia é a bola da vez na agricultura”, indicou.
Liderança do Avante no estado, Tum comentou que a chegada recente de Ronaldo Carletto ao partido deve fortalecer a legenda. “O Avante será o partido que mais vai crescer na Bahia, não tenho dúvida disso. A vinda de Ronaldo foi um convite que foi feito por Isidório, por mim também e pelo presidente nacional, Luis Tibé”, disse. Veja a entrevista completa.
Secretário, o senhor já está à frente da pasta há algum tempo, como tem sido esse período de adaptação?
Estamos na secretaria dando continuidade a alguns projetos que já existiam e elaborando novos. A Bahia é o estado hoje, que está vinculado com o agronegócio. A minha pasta é ligada a esses investimentos e temos visto alguns empresários de São Paulo, Mato Grosso, outros estados, que têm vindo para a Bahia, para ampliar a produção de soja, cítricos, milhões. Alguns produtores de batata, algodão que somos consolidados e tem uma tendência de ampliar. O exemplo disso é a Bahia Farm Show, que ocorre no mês de junho. Fizemos o convite para o ministro da Agricultura, mas foi confirmada a vinda de [Luiz Inácio] Lula [da Silva]. Isso mostra o comprometimento e a importância do agronegócio, que representa 25% do PIB de nosso estado. A Bahia é o estado com maior capacidade de crescimento no agronegócio. Temos terra em abundância, um clima favorável e políticas públicas que incentivam essa atividade. A Bahia é a bola da vez na agricultura. O evento será um sucesso e terá essa notoriedade nacional.
O senhor cita bastante o agronegócio, mas ainda existem muitas questões sobre a divisão entre ele e a agricultura familiar. Como o governo e sua pasta encaram isso?
Eu entendo que na própria palavra do agronegócio, é o negócio da agricultura. Você pode ter 1 hectare ou 100, é a mesma atividade. O governador tem indicado para que tudo se trabalhe da mesma forma, sendo a palavra mais dita, a transversalidade. Tanto que o secretário de Desenvolvimento Rural, Osni, temos amizade e trabalhamos em conjunto. Projetos da agricultura familiar, propomos desenvolver a vocação de cada municípios. De competência e cada perfil, cada secretaria desenvolve e dá o subsídio. Sou produtor de uva, fui ampliando, mas já fui pequeno. Eu não vejo separação, a agricultura é uma só, fomenta o estado e gera emprego. Não existe essa divisão. O que muda é o tamanho.
Temos acompanhado um acirramento no campo também. Algumas questões sobre disputa de terra, ocupações, invasões. Como a secretaria de Agricultura tem visto esse momento e quais ações?
Temos acompanhado essa discussão, que não é só na Bahia. Estive na frente parlamentar em Brasília, nós estamos acompanhando e ouvindo as duas partes. A insegurança jurídica é um fato, os produtores da Bahia, principalmente do extremo sul e sul procuraram para mediação. Criamos uma pasta na Seagri que é a da Segurança no Campo. Além disso tem o furto no campo, reunimos com a OAB, a Senar. É um tema que a gente acredita que vai chegar em um consenso, fazer essa intermediação. Isso vai normalizar a medida que o governo for fazendo o processo de reforma agrária, orientando junto com o Incra. Um entendimento que o setor tem, na maturidade, devemos chegar a um denominador comum. Estamos atentos.
O senhor foi deputado estadual, já pediu abertura de CPIs, agora temos a possibilidade da criação de uma Comissão para tratar do MST. É a melhor saída?
Eu acredito que a CPI que foi iniciada, eu já fui autor da CPI da Coelba, tentei ainda que fosse aprovada, ela foi aprovada e não foi instaurada. Ela depende de vários fatores: vontade de parlamentares, fundamentação, legitimidade. Como é um movimento nacional, aqui no nosso estado ela terá dificuldade. Na época da Coelba, enfrentamos essa dificuldade, pois quem regula é a Aneel. Não é a Seinfra, mas depende do órgão regulador. Acredito que é um movimento que tem que ser discutido nacionalmente. Existem interesses políticos, tem uma parte que tem que ser revisto, mas como parlamentar que fui, eu acho que depende de vários fatos. Eu agora como secretário torcemos por um consenso. A comissão de agricultura tem sido bem feita, é um bom formato, itinerante. Vou com eles, o presidente Manoel, o vice Ricardo. Essa comissão tenta amenizar esses problemas.
Secretário, temos um projeto muito fortalecido na gestão de Jerônimo, o Bahia Sem Fome. Vemos um entrelaço forte da ação com a agricultura, como tem sido a realização dessa ação?
Esse projeto é o principal do estado da Bahia. Atuamos ativamente. Na primeira etapa arrecadamos 12 toneladas, na segunda mais 10 toneladas. Já fizemos contato com empresas que produzem feijão, arroz, açúcar, carne, aves, para que abracem o projeto. Como alimentamos o mundo e tem tantas pessoas com fome? Será tratado também na Bahia Farm Show. É fazer com que os grandes produtores tenham um compromisso social, não pode só ter lucro. Que tenham compromisso social também com o estado e essas pessoas vulneráveis. Principalmente que o mapa da fome está nos grandes centros. A agricultura familiar conseguiu nos últimos governos uma pauta importante e conseguimos avançar. A capital é mais fragilizada, pois o mapa fica concentrado. Acredito nesse projeto, já estamos na frente, é o primeiro estado que lançou. Todas as entidades. É um desafio do governo, erradicar a fome.
O senhor tem vínculo com o Avante. Estamos vendo grandes movimentações no partido, chegada de Ronaldo Carletto. Como acompanhou as mudanças?
O Avante será o partido que mais vai crescer na Bahia, não tenho dúvida disso. A vinda de Ronaldo foi um convite que foi feito por Isidório, por mim também e pelo presidente nacional, Luis Tibé. Estamos acompanhando a disputa pelo PP, sabíamos que se não desse para Carletto, quando não deu certo dele trazer o partido para a base, a opção foi ter outro partido. Construída com [Jaques] Wagner, Rui [Costa], Jerônimo [Rodrigues]. Para mim foi um grande ganho. Serão mais de 35 prefeitos que virão, dois estaduais, mais dois que não podem se filiar, com compromisso de vir. Será um grande partido. A tendência é que venha mais. O gesto do prefeito vir ao Avante, faz com que o governo veja que o partido seja maior. Ainda terá Neto Carletto, com dois federais ainda. Até o ano da eleição, seremos o segundo partido da base do governador. Elevamos o nível do partido.
Vemos essas promessas de crescimento do partido, e com o aumento de tamanho, políticos querem contribuir com a gestão. Podemos ter nomes do partido integrando a gestão?
Não foi tratado em nenhum momento. A eleição do governador foi disputada e depois da vitória, o Conselho Político sentou e distribuiu os espaços. Mas com o futuro é natural que tenhamos um espaço. Mas não foi conversado com Jerônimo. A ideia é atrair prefeitos que queiram fazer parte de um projeto político. Esse crescimento será natural, depois das eleições de prefeitos, o crescimento não será só no espaço de governo. São projetos que iremos desenvolver.
Chegando para as eleições. O partido já estuda lançar nomes para cidades aqui na Bahia? Existe esse diálogo?
Teremos candidatos em diversos municípios da Bahia. Vamos destituir os diretórios, será o novo Avante. Salvador, Feira, Juazeiro, Conquista, o partido, por conta da federação, o foco é eleger prefeito. Teremos candidaturas nos 30 maiores municípios. Ainda tem os que estão vindo, cidades com 50 mil pessoas, 80 mil. Não vejo partidos fazendo o que estamos fazendo, o partido é a bola da vez.