A delegada da Polícia Civil (PC), Maria Selma Pereira Lima, que foi condenada a 8 anos de prisão, teve a perda da função pública decretada pela Justiça, de acordo com informações do Ministério Público da Bahia (MPBA). A condenação foi pela prática dos crimes de falsificação de documento público, falsidade ideológica, uso de documento falso, denunciação caluniosa, usurpação de função pública e fraude processual.
Segundo a denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), ela e outros três homens estariam envolvidos em esquema criminoso de furtos, roubos e clonagem de veículos. O esquema foi alvo da Operação ‘Dublê’, de 2021.
Conforme as apurações do Gaeco, a delegada se utilizava das prerrogativas do cargo e da influência que tinha na Polícia Civil para garantir a impunidade do grupo criminoso e facilitar a execução e proveito dos crimes.
Em uma das ações, ela teria falsificado documentos de terceiros para possibilitar a devolução ilegal de um carro clonado apreendido pela PC com membros da quadrilha, além de ter introduzido uma pessoa ligada ao grupo criminoso no ambiente da PC, acompanhando-a, como se fosse policial, portando armas e auxiliando-a nas ações de favorecimento ao grupo criminoso.
Além de Maria Selma Lima – que era famosa por suas participações e entrevistas em programas policiais da TV baiana, especialmente em Salvador, onde atuava -, a Justiça condenou Pedro Ivan Matos Damasceno a 15 anos e dois meses de prisão pelos crimes de furto, corrupção ativa, denunciação caluniosa, posse ilegal de arma de fogo, falsificação de documento público, falsidade ideológica e adulteração de sinal identificador de veículo automotor.
Também condenou Cláudio Marcelo Veloso Silva a prestação de serviços à comunidade e limitação de final de semana, pelo crime de usurpação de função pública.
Resposta
Procurada pelo Correio da Bahia, a defesa de Maria Selma disse que a condenação resultou de uma “sentença equivocada“.
“A defesa da delegada esclarece que ela não perdeu a sua função pública e que a condenação resultou de sentença equivocada, que deixou de proceder à análise de todos os aspectos da prova, razão pela qual interpôs recurso de apelação confiando que o Tribunal de Justiça reconheça a inocência da mesma e reforme a sentença de primeiro grau, que ficará suspensa até o trânsito final do processo“, afirmou a nota.
Fonte: Correio da Bahia