Moradores do Conjunto Reserva do Parque, em Feira de Santana, relatam rotinas de insegurança e medo no residencial neste ano. Por causa dos assaltos constantes e até homicídios nas ruas do condomínio, os moradores revelam ter medo de sair de casa a partir do final da tarde.
Além disso, segundo os moradores, ônibus, vans e motoboys se recusam a circular no local à noite, dada a insegurança na região.
Os relatos são de que homens chegam em grupos de 15, armados, se dividem e abordam os moradores na localidade. Os moradores, que têm medo de se identificar, dizem que todos já foram vítimas ou testemunharam ocorrências. Além disso, a partir das 16h, muitos evitam sair de casa, por medo.
“Aqui tem pessoas que são assaltadas quase toda semana. Pessoas que chegam no ônibus de 19h, frequentemente são assaltadas. Essa semana, se eu não me engano, foram três vezes já”, disse uma testemunha.
Os moradores dizem, inclusive, que motoristas de ônibus e vans avisaram que não vão circular na região depois das 18h por medo dos criminosos. A prefeitura de Feira de Santana foi procurada e nega que tenha ocorrido a suspensão da circulação de ônibus no Conjunto Reserva do Parque.
“O aviso que a gente recebeu é que a partir de 18h eles [os motoristas de ônibus] não vão mais entrar aqui. A gente se sente preso (…) de dia a gente pode sair, mas, de noite, todo mundo preso dentro de casa. Não dá pra viver desse jeito”, disse outra moradora.
Na noite de quarta-feira (27), um ônibus foi assaltado na região do condomínio e o motorista e passageiros tiveram os bens levados na ação, mas ninguém ficou ferido.
Em nota, a empresa São João, responsável pela linha que circula no local, disse lamentar o ocorrido e que a empresa está tomando as medidas legais a respeito do fato e informando as autoridades competentes.
Em nota à TV Subaé, filiada da TV Bahia na região, o comando da 65ª Companhia Independente da Polícia Militar informou que todas as providencias estão sendo tomadas para garantir o reforço do policiamento no local. Entre elas, o aumento da quantidade de viaturas e o acionamento do setor de inteligência para coletar os dados e neutralizar as ações dos criminosos.
O Comando também pede que os moradores denunciem na delegacia qualquer atividade ilegal para que a PM possa tomar ações para combater os crimes
De acordo com as testemunhas, a polícia circula no residencial, mas não localiza os criminosos. Quem vive no local argumenta que há um matagal na região, que seria usado como esconderijo durante as rondas policiais.
Os moradores expõem uma rotina de medo e trauma por causa da insegurança. O maior medo deles é serem vítimas dos homicídios que seriam frequentes no bairro.
“É uma sensação de terror. Na verdade, eu mesma passo por psicólogo. Minha filha, inclusive, está indo agora para uma consulta com psicólogo por causa disso, pelo fato de viver presa”, contou uma moradora
Em diversas paredes dos edifícios, é possível observar marcas de tiros. Os relatos são de disparos frequentes. Em um deles, o morador conta que estava na janela de casa e ouvia uma vizinha contar que havia acabado de ser assaltada, quando foi visto por um dos criminosos que atirou em sua direção.