O assassinato do dentista Lucas Maia de Oliveira, de 36 anos, chocou seus amigos mais próximos. Não só pela morte, mas pela brutalidade com que o crime foi cometido. Lucas foi encontrado morto em seu apartamento no bairro Rio Vermelho, em Salvador, na tarde do último sábado (25).
Amigos relataram que a casa da vítima foi encontrada revirada, com temperos e borra de café espalhados. Um dos conhecidos conta que a última compra do cartão de crédito de Lucas indicava que ele estava indo para um encontro sexual. “Ele saiu do consultório, no Largo da Maré, e foi a última vez que o pessoal da clínica teve contato com ele. Ele fez uma compra no cartão de preservativos e energético”.
Outro amigo de Lucas, que o conhece há mais de 15 anos, desde a adolescência, relata que a informação passada pela polícia foi a de que ele e o suspeito chegaram juntos ao prédio. “O circuito de rastreamento do carro mostra que Lucas chegou em casa por volta das 18h de quinta. Um amigo nosso conversou com ele às 17h30”.
A polícia ainda não identificou o acompanhante de Lucas que aparece nas imagens porque ele estava usando um capuz, dificultando o trabalho de reconhecimento.
Os dois amigos que falaram com a CNN relatam que o dentista costumava mandar foto dos homens que ele se relacionava para os amigos, por uma questão de segurança. “Tudo que estou vendo hoje era o que eu mais temia que poderia acontecer.”, diz um dos amigos.
Crime brutal
O amigo relata a brutalidade do crime: “o grau de violência que ele foi submetido foi muito grande. Tinha um martelo quebrado perto do corpo. Ele estava amarrado e irreconhecível.” Segundo um dos amigos, Lucas foi encontrado no chão, entre a cama e o guarda-roupa.
Um grupo de pessoas mais próximas ao dentista viajou até Santo Antônio de Jesus, cidade natal do Lucas, para visitar a família da vítima. Eles não conseguiram chegar a tempo do enterro, mas fizeram questão de continuar a viagem para o interior da Bahia, a cerca de três horas de Salvador.
O amigo de Lucas conversou com uma das irmãs da vítima, que reconheceu o corpo, e relembra que ela relatou dificuldades no reconhecimento: “não identificava nem a tatuagem”.
A polícia entrou no apartamento com um dos integrantes do grupo de amigo do dentista, que preferiu não dar entrevistas. O amigo, que falou à CNN, relata que quem estava presente no local conta que o corpo estava irreconhecível.
Suspeito
Imagens de segurança do elevador do prédio mostra o principal suspeito deixando o local do crime. “A gente desconfia de um cara que ficou na casa dele de sábado (18) a terça (21). Desse homem, ele mandou foto de visualização única. Ele ficou no apartamento de Lucas todos esses dias porque tinha sido expulso de casa”, revela um dos amigos.
No vídeo, é possível notar uma tatuagem na mão esquerda do suspeito. “Desconfio que ele pode ter feito de caneta para disfarçar. Um cara que entra de capuz sem virar o rosto e deixa a tatuagem daquele tamanho na mão?”, diz um dos conhecidos. “Minha esperança é que outras imagens mostrem o rosto dele”.
Sonhos do dentista
Segundo o amigo, Lucas estava conquistando os seus sonhos, levando uma vida confortável, com clínica e carro próprios. A conquista mais recente do dentista foi o apartamento no condomínio domínio de luxo Celebration Garibaldi, onde ocorreu o crime.
“Ele acabou de comprar o apartamento, nunca levou um amigo lá, queria deixar tudo arrumado para nos receber. Ele tinha vários planos, várias coisas para viver ainda. Ele queria ganhar dinheiro até os 40 para depois curtir a vida”, lembra o amigo.
Fonte: CNN Brasil