JUAZEIRO

Clima árido é detectado pela primeira vez em Petrolina e Belém de São Francisco

Pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgaram recentemente que, pela primeira vez na história, uma região de 5 mil quilômetros foi classificada como semiárida no Brasil. Esta área inclui cinco municípios no estado da Bahia e uma parte de Petrolina, em Pernambuco.

Segundo Humberto Barbosa, professor e pesquisador especializado em desertificação da Universidade Federal de Alagoas, essa situação pode ser tratada e revertida.

Petrolina e Belém de São Francisco, localizadas na região do Sertão de Pernambuco, foram apontadas pela primeira vez com as características de clima árido. Recentemente, cientistas relataram a preocupante observação do aumento da desertificação no norte da Bahia; no entanto, não havia sido divulgado que essa tendência também estava presente em uma pequena porção de terra na divisa com o Estado.

Em resumo, as principais conclusões dos estudos são as seguintes:

  • A aridez está aumentando em todo o país, exceto no Sul, devido ao aumento da evaporação associada ao aquecimento global. Ou seja, o clima está secando em muitos lugares do Brasil.
  • No caso específico do semiárido, essas regiões estão se expandindo de forma acentuada, com uma taxa média superior a 75 mil km².
  • Já no centro-norte da Bahia, pela 1ª vez, foi identificada uma região árida, ou seja, com uma escassez forte de chuvas.
  • Tudo isso indica que processos de desertificação, ou seja, a degradação de áreas semiáridas, podem se acelerar nas próximas décadas. Segundo os pesquisadores, até mesmo em outras regiões do país, como o Centro-Oeste.
  • Num país como o Brasil, esse é um dado preocupante, pois pode trazer impactos significativos para a produção de energia e agropecuária nacional.

Seca x aridez

Ana Paula Cunha, pesquisadora do Cemaden e uma das autoras do estudo, explica que a seca é um fenômeno gradual que acumula seus impactos ao longo de um extenso período, persistindo por anos, mesmo após o fim de eventos do tipo.

Ou seja, a seca, que nada mais é que um termo para uma estiagem prolongada provocada pela deficiência de chuva, deixa uma marca duradoura, com impactos que perduram por muito tempo e que podem ser investigados por pesquisadores.

Com informações G1