Segundo dados divulgados pelo Monitor do Fogo, plataforma do MapBiomas que monitora as queimadas, mais de um milhão de hectares foram consumidos pelo fogo no Brasil durante o mês de janeiro. Essa extensão territorial é equivalente a dez vezes o tamanho do estado de Sergipe.
Janeiro de 2024 registrou um aumento de 248% em comparação com janeiro de 2023. Foram 287 mil hectares queimados no ano passado, enquanto neste ano já ultrapassamos a marca de 1 milhão de hectares.
A maior parte dessa área devastada está localizada na Amazônia, com cerca de 941 mil hectares (91%). Esse bioma foi o mais afetado pelo fogo durante o período, principalmente nas regiões extremo norte da Amazônia. Houve um aumento alarmante de 266% em relação ao mês anterior. O segundo bioma mais atingido foi o Pantanal, com aproximadamente 40.626 hectares.
Estados que registram mais queimadas
Os estados da Amazônia lideram a lista dos mais afetados pelas queimadas em janeiro. Roraima é o estado com a maior área queimada, chegando a 413.170 hectares – um aumento de 250% em relação a janeiro de 2023. Em seguida, temos o Pará, com 314.601 hectares queimados, e o Amazonas, com 95.356 hectares. Roraima representa 40% do total queimado no país em janeiro, enquanto o Pará corresponde a 30%.
Diversos tipos de vegetação foram afetados pelo fogo em todo o país, incluindo formações campestres, pastagens e florestas. Em Roraima, 95% da área queimada é formação campestre, enquanto no Pará, 41% é floresta e 49% é pastagem.
A culpa é da seca
A explicação para a alta incidência de queimadas em Roraima durante o início do ano está relacionada às características climáticas e geográficas únicas da região, que fazem com que o período de seca ocorra nessa época. A estação seca em Roraima geralmente vai de dezembro a abril, enquanto a estação chuvosa ocorre entre maio e novembro.
“É normal que a Amazônia lidere em disparada a área queimada no início do ano por conta da estação seca de Roraima acontecer justamente nesse período. Entretanto, esse ano houve o agravante da seca extrema, que retardou e diminuiu a quantidade de chuva, deixando a região ainda mais inflamável”, explica a Coordenadora do MapBiomas Fogo e diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – Ipam, Ane Alencar.