O índice de queimadas em outubro no Brasil caiu pela metade, comparado com o mês anterior, quando o país batera recorde de destruição. Contudo, a devastação ainda é extensa e, no ano, a perda de cobertura vegetal equivale ao tamanho do estado de Tocantins.
Segundo o MapBiomas, três a cada quatro quilômetros quadrados queimados (74%) de janeiro a outubro eram de vegetação nativa. As áreas de formações florestais concentraram um quarto (25%) do total.
O estado mais afetado pelas queimadas em outubro foi o Pará, que deve sediar a conferência sobre mudança do clima da ONU (Organizações das Nações Unidas), a COP30, em 2025. Ao todo, o estado perdeu 15.130 km² com os incêndios, um aumento de 46% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Entre os municípios paraenses mais atingidos estão: São Félix do Xingu (3.690 km²), Altamira (2.002 km²) e Novo Progresso (1.964 km²).
Em nota divulgada na segunda-feira (18), o MPF (Ministério Público Federal) voltou a cobrar, principalmente do governo do Pará, a adoção de medidas urgentes para o combate às queimadas. Os pedidos de providências, que reforçam uma série de requerimentos já feitos pelo MPF nos últimos meses, foram encaminhados a órgãos públicos estaduais e federais.
“A propaganda do Estado do Pará em relação às ações de combate às queimadas, especialmente durante a 29ª Conferência das Nações Unidas para a Mudança Climática [COP29], no Azerbaijão, é, no mínimo, irresponsável”, diz trecho do comunicado.
“O MPF ressalta que a discrepância entre o discurso e a prática do governo coloca em xeque a seriedade do compromisso do Estado do Pará com a preservação ambiental e com o combate verdadeiro às mudanças climáticas”, acrescentou.
Jorge Abreu, Folhapress