POLÍTICA

“Bolsonaristas, comunistas e petistas construirão o governo Andrei Gonçalves. Esse “balaio” vai dar certo?”

Como já dissemos antes, Juazeiro é uma terra onde o inesperado na política se torna comum.

Direto ao ponto: a nomeação do jovem Ítalo Ferreira no governo petista do MDB causou alvoroço na política local.

Ítalo Ferreira é um rapaz promissor. Particularmente, tenho simpatia por ele e torci muito para que fosse eleito vereador. Infelizmente, ele não chegou à Câmara para que pudéssemos avaliar sua postura enquanto opositor ferrenho ao petismo — posição que, diga-se de passagem, durou bem pouco.
Mais surpreendente, porém, foi a receptividade calorosa que ele recebeu de seus antes antagônicos comunistas e petistas.

Não que a figura do prefeito Andrei Gonçalves seja irrelevante nesse contexto, mas, por nunca ter sido protagonista na militância política, é difícil decifrar seu papel nesse jogo.

O mais intrigante, no entanto, é como partidos que se destacaram na luta contra o bolsonarismo, e que em Juazeiro conseguiram neutralizá-lo, agora acolhem Ítalo Ferreira com tamanha facilidade. É curioso imaginar como funcionam os bastidores, com bolsonaristas, petistas e comunistas orientando juntos o prefeito numa mesma mesa.

Às vezes, é impossível conter o riso diante desse cenário. Outras vezes, a “piada” perde o humor quando lembramos do rancor e da quase violência que marcaram o passado recente — disputas narrativas que pareciam irreconciliáveis. Hoje, vemos como o poder e um bom salário podem reverter essas rivalidades.

Durante a campanha, bolsonaristas afirmavam categoricamente: “Não podemos nos aliar a nenhum partido ligado ao Lula.” Agora, o discurso mudou para algo como: “Se não pode vencer seus inimigos, junte-se a eles.”

Essa é a lógica de uma política que se faz por interesses próprios, e não pelo povo. Isso vale não apenas para os bolsonaristas que desembarcaram no governo petista do MDB, mas para todos os envolvidos, que agora posam sorridentes em fotos como se fossem amigos de longa data.

Aliás, se não apagaram, basta uma rápida olhada em seus perfis no Instagram para confirmar o que está em tela.

Por fim, só nos resta pegar a pipoca e assistir de camarote como será esse “casamento” entre companheiros, camaradas e patriotas. Um casamento fadado ao divórcio, cheio de empurrões, tapas e beijos.

E viva a demagogia!

Célia Regina Carvalho
Eleitora de Juazeiro

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