Uma grave irregularidade na lotação de professores na rede municipal de Juazeiro tem gerado questionamentos e preocupação.
O professor Cléber Souza de Jesus, aprovado no CONCURSO PÚBLICO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE JUAZEIRO/BA Edital nº 001/2021 para a vaga de professor de Educação Infantil com carga horária de 20 horas e lotação no Distrito de Itamotinga, foi designado para atuar no Colégio de Tempo Integral Cívico-Militar CAIC Misael Aguilar, Colégio localizado na Sede de Juazeiro, no bairro Antônio Guilhermino.
O disparate e falta de lisura é que além de ser removido do interior para a sede do município em pleno estágio probatório, o professor está lotado em uma instituição que atende exclusivamente alunos do Ensino Fundamental – Anos Finai, ou seja: do 5º ao 9º ano, que exige, de acordo com o Estatuto do Magistério, professor especialista nas áreas que compõem o currículo escolar, o que não é o caso do professor denunciado.
A decisão de enviar o professor Cléber Souza de Jesus partiu da nova Secretária de Educação, Maeve Melo, sob a gestão do prefeito Andrei da Caixa. A medida levanta suspeitas de desvio de função, visto que o professor deveria estar atuando na Educação Infantil, conforme determinação do concurso público ao qual foi aprovado. Além disso, Cléber Souza de Jesus encontra-se em estágio probatório, tornando sua lotação ainda mais questionável.
Para agravar a situação, o professor está assumindo a função de Tutor Disciplinar, cargo delegado exclusivamente à Polícia Militar da Bahia por meio do Termo de Cooperação Técnica nº 05/2022, firmado entre a corporação e a Prefeitura de Juazeiro. Isso configura não apenas um evidente desvio de função, mas também um possível desrespeito aos critérios legais de lotação de servidores públicos.
A polêmica em torno de Cléber Souza de Jesus se intensifica devido ao seu histórico de comportamentos controversos. Em 2020, o professor, que lecionava na rede municipal de ensino em Petrolina e é apoiador assumido de Jair Bolsonaro, atacou a ex-Secretária de Educação de Juazeiro, Lucinete Alves, acusando-a de integrar uma “organização criminosa”. Após o ocorrido, Lucinete Alves moveu uma ação judicial contra o professor por difamação. Em decorrência do processo, Cléber Souza de Jesus foi obrigado a se retratar publicamente sobre as acusações que fez contra a ex-secretária de Educação.
Esse episódio levanta questionamentos sobre a conduta de Cléber Souza de Jesus como professor e sobre o impacto de suas ações no ambiente educacional. A retratação pública, embora possa representar um reconhecimento do erro, não elimina as consequências negativas de suas declarações para a imagem da ex-secretária e para a comunidade escolar.
Ainda, o caso serve de alerta para a importância da responsabilidade e do respeito no discurso, especialmente por parte de profissionais da educação, que lidam diretamente com a formação de crianças e adolescentes. Mais detalhes sobre o caso podem ser encontrados na matéria publicada pelo site Rede GN (https://www.redegn.com.br/?sessao=noticia&cod_noticia=134637).
Querem saber mais? Bastam perguntarem ao líder comunitário da Comunidade de Pontal e população para saber como foi a gestão desse professor nos dois últimos anos.
O desvio de função de servidores públicos é uma prática condenável e fere princípios da administração pública, como a impessoalidade, a legalidade e a moralidade. A comunidade educativa e a população em geral aguardam um posicionamento da Secretária de Educação Maeve Melo e do prefeito Andrei da Caixa, que prometeu uma gestão transparente e livre de irregularidades.
Diante deste cenário, cabe à gestão municipal prestar esclarecimentos urgentes sobre os critérios adotados para a lotação do professor Cléber Souza de Jesus e garantir que os professores concursados atuem nas funções para as quais foram devidamente contratados.
A educação pública merece respeito e gestões comprometidas com a legalidade e a ética.