Em um mundo tão exigente e comparativo, conservar uma boa autoestima tornou-se um ato de coragem. Amar-se não é egoísmo, é reconhecimento de valor. Como bem disse o teólogo e reformador Martinho Lutero: “A humildade não consiste em nos tornarmos menos do que somos, mas em reconhecer o valor que Deus nos deu.” Quando você aprende a se olhar com gentileza, reconhecendo suas qualidades e limites, descobre que o respeito próprio é o primeiro passo para qualquer transformação significativa.
Pessoas com autoestima saudável não são aquelas que nunca falham, mas as que seguem em frente apesar das falhas. Elas carregam consigo a virtude da resiliência, essa capacidade quase invisível de se reconstruir quando tudo parece ruir. Como afirmou Victor Frankl, psiquiatra sobrevivente do Holocausto: “Tudo pode ser tirado de um homem, exceto uma coisa: a última das liberdades humanas, escolher a atitude pessoal diante das circunstâncias.” Essa atitude resiliente nasce de quem sabe que vale a pena lutar por si mesmo. Augusto Cury também nos lembra: “Os fracos julgam e culpam os outros pelos seus fracassos; os fortes descobrem a si mesmos e mudam o seu destino.” A consciência de que a mudança começa dentro de nós é uma das maiores forças que alguém pode cultivar.
O amor próprio é o solo fértil onde brota toda forma de amor sincero. Quem não se reconhece digno de cuidado, dificilmente saberá cuidar dos outros com plenitude. Eliana Sicsú, em seu livro “Descubra quem você é”, escreve: “A alma só floresce onde há acolhimento. E o primeiro abraço que ela precisa receber é o próprio.” Sigmund Freud, pai da psicanálise, foi enfático ao afirmar: “Amar a si mesmo é o início de um romance que dura a vida inteira.” Isso não é vaidade, mas um princípio de saúde emocional. A autovalorização não apenas fortalece a identidade, como também permite relações mais equilibradas e saudáveis com os outros.
Jesus Cristo, ao ensinar sobre o amor ao próximo, revelou um princípio profundo e muitas vezes negligenciado. “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:39). Isso implica que o amor por si mesmo é a medida e a base para amar o outro. Se não me amo, se me rejeito, se me considero indigno, como poderei amar alguém com pureza de coração? O mandamento do amor está enraizado na valorização da própria existência. Portanto, cultive sua essência. Você não é o que dizem, nem o que perdeu, nem os erros que cometeu. Você é obra em construção, carregando sementes de esperança e potencial. Como escreveu C. S. Lewis: “Você não é um corpo que possui uma alma. Você é uma alma que possui um corpo.” E almas, quando alimentadas com fé e amor, se levantam até mesmo do pó e florescem, por dentro e por fora.
Teobaldo Pedro, pastor.
Juazeiro-BA.