O apelo dramático de Luana Ferreira em favor da sua sobrinha, que nasceu prematuramente no chão da maternidade de Juazeiro, no 31 de agosto, ecoou em todos os cantos da cidade, mas não foi ouvido por quem tem o dever de ofertar os serviços públicos a população de Juazeiro. A recém-nascida morreu antes de ser regulada para cidade de Irecê, na noite de desta terça-feira (01).
O apelo de Luana era para que a Secretaria de Saúde desse uma melhor assistência a irmã e ao bebê, inclusive, a regulação para uma unidade hospitalar com UTI Neonatal.
O sucateamento da saúde em Juazeiro começou no governo de Isaac Carvalho (2009 a 2016), vários hospitais privados foram fechados, enquanto a rede pública definhava. O prefeito Paulo Bomfim (PT) em 2016, prometeu durante a campanha melhorar a saúde, usava como exemplo dessa vontade de mudança, a escolha da vice-prefeita, a médica Dulce Ribeiro.
Foi publicado no Diário Oficial do Município no dia 05 de agosto, o contrato nº 604/2017, entre a prefeitura de Juazeiro e a Raio Propaganda e Marketing Ltda, sediada em Recife/PE, no valor de quase 3 milhões de reais, com duração até agosto de 2021.
Uma verdadeira inversão de prioridades, o que é mais importante: a vida ou a propaganda institucional em tempos de eleição?
Num momento em que uma crise econômica assola todo mundo, a ordem é investir em prioridades. A prefeitura de Juazeiro tem um secretário de comunicação, em todas as secretarias tem jornalistas, as redes sociais são plataformas de comunicação, em muitos casos, gratuitamente.
O grito profético de Luana deverá sensibilizar a população em novembro: “Ela é uma bebezinha sadia que está apenas precisando de uma UTI e eles não resolvem, não fazem nada. Eles estão apenas ganhando tempo para que a minha sobrinha perca peso que nem ela já está perdendo e venha a óbito. Ajude-nos, para que eles façam alguma coisa para que minha sobrinha seja transferida, por favor!”