O Coronelismo representou um momento da história do Brasil em que os “coronéis” tinham poder sobre todos os aspectos sociais das regiões que habitavam, especialmente no interior do Nordeste. Datado do final do século XIX e início do XX, o coronelismo foi protagonizado pelos latifundiários, militares e fazendeiros.
Em Juazeiro, a eleição de 1981 marca o fim do ciclo dos prefeitos sem formação superior. O engenheiro civil Jorge Khoury é eleito com o apoio do ex-prefeito Arnaldo Vieira. Surge a esperança de uma nova Juazeiro, com uma gestão focada nos projetos e planejamentos para a cidade, e o seu futuro. Jorge Khoury administrou Juazeiro de 1982 a 1988.
Em 1989 assume como prefeito Joseph Bandeira, advogado e professor universitário, ele tinha sido vice de Arnaldo Vieira. Joseph vinha de uma geração de jovens universitários que promoveram várias movimentos culturais e artísticos em Juazeiro. Joseph voltou a administrar a cidade de 2001 a 2004.
Em 1993 Misael Aguilar assume a prefeitura de Juazeiro numa eleição disputada. Misael tinha sido secretário de Planejamento de Jorge Khoury, e participou do Projeto Cidade de Porte Médio que mudou em parte a realidade da cidade. Misael voltou administrar Juazeiro de 2005 a 2008.
Em meio a alternância entre Joseph e Misael, em 1997 assumiu a prefeitura o professor Rivas Espínola, indicado por Misael. Rivas fez um governo mediano, dizem que Misael tentou mandar na prefeitura, mas Rivas não permitiu.
Em 2009 assume a prefeitura o então desconhecido e sem participação direta na política, o jovem empresário Isaac Carvalho. Filho de colonos do projeto Mandacaru, ele se apresentou como a mudança ou o fim do BA-VI, o revezamento ou alternância entre Joseph Bandeira e Misael Aguilar.
Isaac pegou gosto pela política de tal forma que se reelegeu, quebrando o paradigma que prefeito não se reelegia em Juazeiro. Ao mesmo tempo, ele provou que não era a mudança tão esperada pelo povo. Isaac administrou de 2009 a 2016. Em 2016 Isaac elegeu o seu sucessor, o desconhecido, despreparado e inábil, Paulo Bomfim.
Na eleição de 2008 quando Isaac Carvalho foi eleito, não houve a ruptura de ciclo, como foi com Jorge Khoury. Isaac apenas quebrou a alternância entre Misael e Joseph, que era mais salutar para Juazeiro, do que a permanência de um único no poder, como Isaac está atualmente, administrando por três mandatos, e querendo o quarto.
A derrota de Paulo Bomfim nas eleições de 15 de novembro vai representar a ruptura ou fim de um ciclo. Irão desaparecer os “coronéis” que influenciam na política da cidade. Misael Aguilar que já está morto politicamente, mas alguns candidatos o ressuscita para atacar adversários. Joseph Bandeira, que no alto dos seus 72 anos, já não tem tantas forças para prosseguir, e em 2024 estará com 76 anos, muito mais debilitado. E Isaac Carvalho, que não consegue fazer política sem a máquina na mão. Ele não terá a força do dinheiro para continuar ativo, principalmente porque responde a vários processos por improbidade administrativa.
Os próximos anos serão difíceis para a cidade, toda ruptura de ciclo representa mudanças e adaptações.
Um novo horizonte se abre para novas lideranças, os candidatos da eleição de 2020, pode, se bem aproveitarem o momento, para consolidar-se como protagonistas de um novo ciclo para Juazeiro.