Um dos episódios mais tensos da história recente do Brasil foi revelado hoje pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot. Em entrevistas a VEJA e ao jornal O Estado de S. Paulo ele contou que, em 2017, sua relação com Gilmar Mendes tornou-se tão conflituosa que ele chegou a ir armado ao Supremo Tribunal Federal para matar o ministro.
“Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele e depois me suicidar”, disse Janot ao Estadão. O conflito atingiu a temperatura máxima quando Janot tentou impedir Gilmar de atuar num processo envolvendo o empresário Eike Batista. Janot alegou que Gilmar estava impedido de julgar o caso porque sua esposa, Guiomar Mendes, trabalhava no escritório de advocacia que defendia Eike.
Em seguida, surgiram notícias que acusavam a filha de Janot de ser advogada de empresas envolvidas na Lava-Jato. O ex-procurador-geral acusa Gilmar de ter inventado essa história. O fato o teria deixado tão abalado que ele planejou matar Gilmar em pleno STF. Os dois chegaram a se encontrar na antessala do Tribunal. Janot diz que foi “a mão de Deus” que o impediu de puxar o gatilho.
O ex-procurador-geral da República conta parte dessa história no livro Nada Menos que Tudo, dos jornalistas Jailton de Carvalho e Guilherme Evelin, que será lançado na próxima semana pela editora Planeta.
Fonte: Revista Exame