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ONU: Relatório aponta que intervalo entre 2015 e 2022 pode ser tornar o mais quente da história

O período entre 2015 e 2022 caminha para ser o intervalo de oito mais quente já registrado na história, frente a concentrações cada vez maiores de gases de efeito estufa e calor acumulado, diz o relatório provisório sobre o estado do clima global de 2022, da Organização Meteorológica Mundial (OMM). A entidade é ligada à Organização das Nações Unidas (ONU).

O documento, divulgado neste domingo (6), data de abertura da 27ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), no Egito, aponta que as concentrações dos principais gases de efeito estufa –dióxido de carbono, metano e óxido nitroso– mais uma vez atingiram níveis recordes em 2021, sendo que o aumento anual da concentração de metano foi o maior já registrado. Além disso, dados das primeiras estações indicam que continuam a aumentar em 2022.

As ondas de calor extremas, secas e inundações devastadoras afetaram milhões e custaram bilhões em 2022, indica o relatório.

No Reino Unido, a temperatura ultrapassou os 40º pela primeira vez. No Paquistão, chuvas recordes levaram 1.700 pessoas à morte e 7,9 milhões foram deslocadas de forma forçada, chegando a 33 milhões de indivíduos afetados. Na África Ocidental, a seca mais longa em 40 anos agravou a situação de insegurança alimentar de quase 20 milhões de pessoas.

“Muitas vezes, os menos responsáveis ​​pelas mudanças climáticas sofrem mais –como vimos nas terríveis inundações no Paquistão e a seca mortal e prolongada no Chifre da África. No entanto, mesmo sociedades bem preparadas este ano foram devastadas por extremos –como visto pelas prolongadas ondas de calor e secas em grande parte da Europa e sul da China”, afirma o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.