A primeira Conferência Ministerial Regional das Américas sobre Economia Verde será realizada nos dias 24, 25 e 26 de junho, na cidade de Fortaleza, Ceará, organizada pela World Green Economy Organization (WGEO) – Organização Mundial da Economia Verde, pelo Escritório de Cooperação Sul-Sul da ONU (UNOSSC) e pelo Instituto Brasil África (Ibraf), com apoio do Governo do Ceará e em parceria com o Secretariado das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (UNFCCC), com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e com a International Solar Alliance (ISA).
A conferência já tem confirmadas as presenças de representantes do Brasil, Argentina, Barbados, Bolívia, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guiana, México, Panamá, Peru e Uruguai. O evento vai ser composto por painéis ministeriais e mesas-redondas temáticas, treinamentos e exposições de casos de sucesso.
O principal objetivo é favorecer a disseminação de conhecimento sobre as tendências e oportunidades no caminho para o avanço da agenda da Economia Verde nas Américas. O evento também funciona como uma rede estratégica para dar visibilidade a casos já bem sucedidos de investimento em tecnologia verde, além de ser uma plataforma para networking e intercâmbios práticos de soluções e experiências na região.
Três áreas de foco
- Promover investimentos verdes inovadores por meio de parcerias público-privadas
- Melhorar políticas de regulamentação para reduzir os riscos dos investimentos verdes
- Promover o desenvolvimento da capacidade de ação holística da Economia Verde
Circuito mundial de debates
Primeira iniciativa do gênero, as ‘Conferências Ministeriais Regionais sobre Economia Verde’ são resultado do sucesso do modelo anual da Cúpula Mundial da Economia Verde, desde 2014, em resposta direta aos pedidos dos países participantes e parceiros institucionais para aproximar as soluções da Economia Verde dos contextos regionais e para aprofundar o impacto da transição para uma Economia Verde por meio da ampliação e replicação de práticas de sucesso em nível regional.
Os fóruns de alto nível em cinco regiões em todo o mundo vão promover soluções bem-sucedidas de Economia verde, baseadas em evidências, que atendam às necessidades dos países na implementação da Agenda de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas para 2030.
As Conferências Ministeriais Regionais sobre Economia Verde 2019 são realizadas pela Organização Mundial da Economia Verde, em estreita cooperação com a Organização das Nações Unidas (ONU), com suporte de parceiros estratégicos. As conferências vão reunir autoridades governamentais de alto nível, representantes de organizações internacionais, incluindo instituições financeiras, fundações, bem como grupos relevantes do setor privado e da sociedade civil de cada região.
Os eventos serão realizadas para a região Ásia-Pacífico – em Bangkok, na Tailândia; África – no Cairo, Egito; Américas – em Fortaleza, Brasil; Oriente Médio e Norte da África – em Manama, no Bahrein; e Europa e a Comunidade de Estados Independentes – em Tashkent, Uzbequistão.
Inovação tecnológica
A inovação tecnológica, outro aspecto importante, está no cerne da transição para uma Economia Verde: é por causa dos recentes avanços na área das tecnologias limpas que toda a ideia de uma economia mais verde foi possível. Dessa forma, inovações tecnológicas adicionais vão estar diretamente relacionadas à velocidade e à qualidade com as quais nossas sociedades convencionais se converterão em sociedades mais verdes.
As Conferências Ministeriais Regionais vão explorar políticas e medidas inovadoras nas regiões, baseadas em exemplos específicos de soluções locais bem-sucedidas em eco-inovação no setor privado, em grandes, médias e pequenas empresas. Os eventos terão como objetivo identificar impulsionadores para disseminação e adoção de novas tecnologias limpas e verdes, inclusive por meio da Cooperação Sul-Sul e Triangular, bem como rever as barreiras que impedem a ecoinovação das regiões, incluindo a falta ou acesso limitado a instrumentos financeiros verdes relevantes.
Uma característica fundamental de todos os instrumentos financeiros verdes é que eles possibilitam empréstimos/investimentos levando em conta critérios de sustentabilidade ambiental. Enquanto o financiamento verde compreende vários instrumentos financeiros, como fundos públicos, capital de risco e investidores-anjo, financiamento de projetos, capital, dívida, fundos de pensão e títulos de infraestrutura verde, a transição para uma economia mais verde requer o investimento de recursos financeiros significativos em setores verdes.
De acordo com um estudo encomendado pela Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a massa crítica de investimentos anuais necessários para apoiar a transição para uma Economia Verde durante o período de 2010-2050 deve representar aproximadamente 2% do PIB global. Esses requisitos de financiamento para investimentos ambientalmente sustentáveis excedem significativamente o que o setor público pode oferecer, exigindo envolvimento sistemático de fontes privadas de financiamento.
Em comparação com outros tipos de investimentos, os projetos verdes possuem uma série de características intrínsecas, tais como produzir fluxos de caixa e retornos no longo prazo, enquanto grandes investimentos iniciais são necessários, e, frequentemente, apresentam um perfil de risco mais elevado, por causa da relativa imaturidade das indústrias verdes. Intervenções políticas efetivas são necessárias para reduzir os riscos percebidos pelas instituições financeiras e outros investidores no financiamento de projetos verdes.
Redução de riscos
As Conferências Ministeriais Regionais vão examinar exemplos dessas intervenções, com o objetivo de identificar os principais impulsionadores para a redução do risco de investimentos verdes, e para compreender os obstáculos que podem impedir o envolvimento sistemático do setor privado.
Embora exista um consenso geral entre os interessados sobre a importância de uma transição generalizada para um modelo de Economia Verde, o compromisso e as boas intenções precisam ser apoiados por uma sólida base prática com uma série de pré-requisitos essenciais. O sucesso em transformar a agenda da Economia Verde de um conceito em prática naturalmente se correlaciona com o nível de preparo dos países, inclusive do ponto de vista da capacidade nacional.
Desenvolver capacidades para o planejamento da Economia Verde, gestão estratégica e implementação requer esforço e investimento sistemáticos. Deve basear-se no entendimento claro de que essas capacidades são necessárias e requer soluções personalizadas que aproveitem as que já estão implementadas. Com base nos exemplos específicos de soluções já bem-sucedidas em cada uma das cinco regiões, as Conferências Ministeriais Regionais vão se concentrar em medidas práticas que os países podem empreender, em cooperação com a comunidade internacional, a fim de assegurar capacidades nacionais adequadas para promoção de ações verdes.
Fonte: Agência Nordeste