O prefeito de Juazeiro, assim como outros pré-candidatos a prefeito em 2020, ficaram em êxtase com a liberdade do ex-presidente Lula, no início do mês.
Como o prefeito Paulo Bomfim não é afeito a leitura e a análise política, não sabe que a influência de Lula é quase nula nas eleições municipais. Tomamos como exemplo a eleição de 2012, no auge do PT e do Lulismo, ACM Neto (DEM) ganhou em Salvador para Pelegrino (PT). Em Recife, o ex-ministro da Saúde de Lula, Humberto Costa (PT) foi massacrado pelo candidato de Eduardo Campos, Geraldo Júlio (PSB). E em Belo Horizonte, o também ex-ministro Patrus Ananias não conseguiu, mesmo com o apoio de Lula e Dilma, fazer frente ao prefeito Márcio Lacerda (PSB).
Um outro caso mais emblemático sobre a influência de Lula nas eleições municipais, é o caso de São Bernardo do Campo, reduto e domicílio eleitoral de Lula. Nas eleições de 2016, o candidato de Lula e do PT, ficou em terceiro lugar na disputa, sendo eleito Orlando Morando (PSDB).
O ex-presidente Lula terá pouca influência no cenário das eleições municipais, assim como o presidente Bolsonaro. A eleição municipal é diferente da eleição estadual, que vem casado com a eleição nacional. Na eleição municipal as pessoas querem saber do seu dia a dia e dos resultados que estão melhorando a sua vida.
O que terá peso são as propostas, o conhecimento dos candidatos sobre as cidades. Os assuntos saúde, segurança, transporte, mobilidade, tudo isso é mais importante do que a questão nacional. Se o candidato não tem projeto e não conhece a cidade, não adianta ser apoiado pelo Bolsonaro ou pelo Lula ou pelo governador.
O prefeito Paulo Bomfim (PCdoB), que poucas vezes saiu em defesa do ex-presidente durante todo o processo que culminou com a sua prisão, em abril de 2018, agora não fala em outra coisa, chegando ao disparate de afirmar que somente ele em Juazeiro, é do time do governador Rui Costa e de Lula.
Essa semana Lula esteve em Salvador, ligeiramente o prefeito correu para capital para tirar fotos e gravar vídeos com o ex-presidente. A cidade está entregue ao caos administrativo, ao invés de procurar uma solução para os problemas que a cidade enfrenta, o prefeito procura uma forma de buscar a reeleição em 2020.
