A Controladoria-Geral da União negou a existência de um documento que o presidente Jair Bolsonaro disse, no mês de junho, ter recebido do ministro da Justiça Sergio Moro referente ao inquérito da Polícia Federal acerca dos laranjas do PSL.
O órgão foi procurado pela Folha de S. Paulo depois de ter o pedido de acesso ao documento via Leia de Acesso a Informação (LAI) negado por duas vezes por Sergio Moro.
A reportagem lembra que o presidente afirmou durante uma entrevista coletiva em 28 de junho, no Japão, que teria recebido um documento de Moro, mas a CGU diz que esse papel não existiu.
Na ocasião, Bolsonaro foi indagado por jornalistas sobre a investigação desencadeada um dia antes pela PF sobre membros do PSL. Na resposta aos jornalistas, o presidente afirmou: “Conversei com o Sergio Moro rapidamente sobre isso (a prioridade nossa aqui é outra). Ele [Moro] mandou a cópia do que foi investigado pela Polícia Federal pra mim. Mandei um assessor meu ler porque eu não tive tempo de ler”.
A matéria da Folha fala, no entanto, que o caso tramitava sob segredo na 26ª Zona Eleitoral de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Deste modo o repasse de dados a pessoas que não são parte da apuração poderia configurar quebra do sigilo processual.