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Juazeirense fatura R$ 1,5 milhão, sem precisar ocupar cargos na prefeitura

Tornou-se comum em Juazeiro as pessoas nesses últimos 12 anos serem nomeadas para cargos comissionados na prefeitura, e ficarem milionárias da noite para o dia. Num passe de mágica, trocam de carro e a casa nos bairros, para morarem em mansões em condomínios e desfilarem com os seus carros posantes.

A empreendedora Juliana Martins começou do nada, literalmente. Acredite: só com uma fruteira velha que ela usava para colocar ali os produtos de estética. No mais, tudo era emprestado, inclusive, as prateleiras da salinha que atendia suas clientes.

Hoje, Juliana concorre com as próprias marcas de produtos de beleza que chegou a vender antes. Criadora da marca de cosméticos Juliage, a empreendedora faturou no último ano R$ 1 milhão e tanto e viu a venda dos itens crescer 400%, em comparação com o mesmo  ano passado.

“Sempre escutei a frase ‘quem essa menina do interior pensa que é? Ela pensa que vai chegar onde? Disseram que eu estava ‘viajando’ quando eu larguei o trabalho em um banco para trabalhar com estética. Minha salinha se tornou um grupo que fatura
R$ 1,5 milhão junto com os cosméticos, a clínica de estética e a clínica escola que oferta cursos técnicos e livres também. Fui com a cara e a coragem”, diz ela.

A expansão veio quando Juliana observou que algumas funcionárias da sua equipe na clínica de estética começaram a desenvolver reações alérgicas nas mãos pela manipulação de produtos quando ainda utilizava outras marcas. Isso acabou a incentivando a pesquisar as possibilidades de desenvolver uma linha diferente, sem  microplásticos, parabenos e derivados de petróleo.

O primeiro lote tinha só 200 unidades. Atualmente, a produção chega a 5 mil. “Tinha só o curso técnico, fiz graduação na área, pós-graduação e comecei a desenvolver os produtos a partir da demanda da clínica. Eu me preocupo muito em não colocar nenhum conservante e isso se tornou um diferencial”, conta.

Os cosméticos são produzidos para minimizar possíveis alergias e evita utilizar materiais poluentes. Entre eles estão os BBS (Blush, Batom e Sombra), iluminadores, antirrugas, clareadores, sabonetes, filtros solares e mais outros 10 lançamentos estão previstos, principalmente na linha de maquiagem e acne. Os preços da linha de cosméticos variam de R$ 55 a R$ 275 e ganharam o país em redes de farmácia, clínicas e entre os representantes de venda, que passam de 100 consultores, como destaca Juliana.

“Com a extensão da linha derma quero contratar mais 10 funcionários e 30 consultores para facilitar esse produto chegar até o cliente. A gente cresceu muito mais do que esperava. Eu era uma empreendedora que fazia de um tudo e me tornei uma gestora de um negócio desta proporção, mas trabalhei que nem uma doida para alcançar isso”.

Impossível?
Se a palavra impossível fosse uma pedra, Juliana teria uma coleção delas. Não por um acaso, usou o número de vezes que ouviu isso de alguém para construir o seu império da beleza no interior do estado.  Não se admire se encontrar na composição descrita na embalagem de um dos vários produtos bioperólas francesas ou vitamina C importada do Japão.  A meta agora é conquistar o maior número de ‘julietes’ (im)possível. A empresária quer dobrar o volume do faturamento até o final do ano e conta com as redes sociais para garantir este ‘up’.

“O que ajudou muito foi fazendo vídeos tanto no Youtube quanto no Instagram com dicas de estética. Nos dois canais juntos eu já somo mais de 50 mil seguidores. As redes sociais são fundamentais”, diz Juliana, que só no Carnaval dobrou a venda da linha de maquiagem após participar de ações em camarotes e na Central do Carnaval. “A gente lançou o bioglitter e ele bombou. Quando eu vejo tudo isso acontecendo eu penso que é possível sim, a filha de um motorista e uma cabelereira ter a sua própria marca”, afirma.

Para ela, a mulher que empreende anda com a coragem ali do lado, o tempo todo. “É a determinação para largar o certo pelo incerto, insistir, sair da zona de conforto e deixar o ego de lado. Saber que vai ralar muito, que vai ser difícil. Tem dias que essa mulher chora, mas no outro ela acorda com mais disposição ainda para dar fazer dar certo”. E mais, o dinheiro é consequência. “O empreendedorismo recompensa, mas não é só encantamento. Quem é empreendedora tem esse pé no chão”.

Coragem Acredite que é possível sim, fazer bem e fazer diferente ainda que sua lojinha seja um vão pequeno onde até as prateleiras são emprestadas.

Qualificação  Juliana não parou só com o curso técnico. Se tornou uma cosmetóloga. Investiu em conhecimento e qualificação para poder desenvolver a sua linha de produtos.

Oportunidade É preciso enxergar sempre além. No começo a criadora da Juliage só vendia produtos de beleza, até abrir sua clínica de estética e perceber ali um outro nicho – o de antialérgicos – e desenvolver a criação da sua própria linha de cosméticos.

Redes sociais São canais importantes para que as pessoas possam conhecer os seus produtos, a partir da geração de conteúdo.

Fonte de informações: Correio da Bahia

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